ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  02    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Polícia Federal amanhece na Seleta, investigada na "farra das contratações"

Desde 2016, inúmeros processos contra a Seleta minaram a capacidade de atuação da entidade

Aline dos Santos e Ana Oshiro | 25/02/2021 07:33
Policiais federais estão na sede da Seleta em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Policiais federais estão na sede da Seleta em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Equipes da PF (Polícia Federal) amanheceram nesta quinta-feira (dia 25) no prédio da Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária) em Campo Grande. No mês de dezembro, a Justiça do Trabalho colocou o imóvel, que ocupa quase uma quadra na Vila Esplanada, a leilão por R$ 17, 8 milhões.

A construção fica entre as ruas Pedro Celestino, Dolor Ferreira de Andrade e João Pessoa. A instituição “quebrou” depois que decisões judiciais impediram a manutenção dos convênios com o poder público.

Desde 2016, inúmeros processos contra a Seleta minaram a capacidade de atuação da entidade, que se viu obrigada a pagar dívidas trabalhistas através da venda de imóveis em leilão judicial.

Os convênios com a prefeitura de Campo Grande, que depois foram barrados pela Justiça, começaram na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB), então prefeito da Capital.

Os trabalhadores teriam de atuar em Ceinfs (Centros de Educação Infantil) e Cras (Centro de Referência à Assistência Social). Mas a estimativa é que, além de funcionários fantasmas, pelo menos 2,7 mil estavam em desvio de função.

“Na prática, a Omep e a Seleta foram transformadas numa agência de empregos, recebendo comissão de 5% sobre os custos mensais do convênio”, diz a decisão judicial. Mais de 4.300 pessoas foram contratadas dessa forma, com espaço para apadrinhados políticos e até parentes do ex-prefeito Alcides Bernal (PP).

A lista de trabalhadores pagos pelo convênio também incluía pessoa presa há anos e moradora de Ladário, cidade a 421 km de Campo Grande. Os contratos foram alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2016.

Nos siga no Google Notícias