Polícia prende dois suspeitos de executar delegado Paulo Magalhães
A Polícia prendeu dois suspeitos de participar da execução do delegado aposentado Paulo Magalhães de Araújo, 57 anos, no dia 25 de junho deste ano, no Jardim dos Estados, em Campo Grande. Eles se apresentaram "espontaneamente" ao Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), por recomendação do advogado, na segunda-feira (19).
José Moreira de Freitas, que é guarda municipal, e Antônio Benites, foram detidos. O funcionário público municipal estava sendo investigado pela corporação pela participação do crime há vários dias. Fontes confirmaram ao Campo Grande News, que ele começou a ser investigado pelo serviço de inteligência da Guarda Municipal, o que pode ter apressado a apresentação.
“Meu cliente se apresentou voluntariamente, já que não tem envolvimento nenhum com o crime”, defendeu o advogado Renê Siufi, que defende José Moreira. Segundo ele, a decisão de se apresentar ocorreu após a polícia fazer uma “batida” na casa da mulher do acusado.
Siufi alega que o cliente está sendo acusado injustamente. “É uma denúncia anônima, são meras conjecturas da polícia”, disparou.
O delegado Alberto Vieira Rossi, do Garras, evitou confirmar as prisões. "Não vamos falar nada porque o caso está sob segredo de Justiça", garantiu. No entanto, ele também evitou desmentir as prisões.
Apesar do diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Razanauskas Neto, ter garantido a solução do crime nesta semana, Rossi foi taxativo que o assassinato não será desvendado nesta sexta-feira. "Não vai ter novidade amanhã, nem depois", disse, frisando que as investigações estão avançadas e a polícia está fechando o cerco sobre os envolvidos no crime.
Paulo Magalhães foi assassinado no dia 25 de julho deste ano. O delegado aposentado morreu quando buscava a filha na escola, no bairro Jardim dos Estados. Ele foi atingido por cinco dos seis tiros de uma arma de calibre nove milímetros, de uso restrito do Exército.
O assassinato vem causando polêmica e até levou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) a pedir ao Ministério da Justiça a investigação pela Polícia Federal. A entidade teme que o crime fique impune, como ocorreu com os assassinatos de Edgar Pereira e Eduardo Carvalho.
Os dois homicídios seguiram o mesmo trâmite de Magalhães, foram colocados sob segredo de Justiça e até hoje não houve a punição dos envolvidos na execução.