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Capital

População aciona polícia e bombeiros para conter mulher agressiva no Tarumã

Mulher já foi flagrada usando faca, pedaços de madeira e pedras para atacar vizinhos

Liana Feitosa | 18/03/2022 17:46
População aciona polícia e bombeiros para conter mulher agressiva no Tarumã
Rua Fanorte, no Jardim Tarumã, região onde mora paciente que tem causado preocupação em vizinhos. (Foto: Liana Feitosa)

Há dois anos, todos os dias, moradores do Jardim Tarumã sentem um misto de preocupação e medo ao conviver com uma paciente psiquiátrica de 42 anos, vizinha deles. A mulher, diagnosticada com bipolaridade há mais de 10 anos, faz uso de substâncias entorpecentes e constantemente apresenta comportamento violento contra a população e, especialmente, crianças. Ela já foi flagrada usando faca, pedaços de madeira e pedras para atacar moradores. Nesta quinta-feira (17), ela colocou fogo no quarto onde mora. Desesperada, a mãe dela gritou por socorro na rua e moradores da região apagaram as chamas.

Hoje (18), como já ocorreu outras vezes, a população acionou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para conter a mulher, que estava circulando nua pelas ruas do bairro, fazendo ameaças e xingando crianças e adultos, além de arremessar pedras contra casas e comércios. Os bombeiros não compareceram, mas policiais tiveram dificuldade para contê-la, uma vez que ela pulou o muro da própria residência para fugir. Após cerca de meia hora, foi encontrada em outra casa distante uma quadra do local onde mora. Ela foi encaminhada ao Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).

Pedido - De acordo com a presidente do bairro, Karina Salomão, a situação é de amplo conhecimento de todos naquela área. “Todo mundo fica preocupado com a própria segurança, e dos filhos, mas também com ela, porque ela precisa de ajuda”, afirmou a representante ao Campo Grande News. Esta reportagem contabilizou ao menos 10 moradores que já foram atacados pela mulher, já tiveram a casa invadida ou depredada por ela.

Para a assistente social Cristiane Nogueira, que atua na 21ª região, mas que mora nas redondezas e conhece a mulher, a paciente “representa perigo claro para a sociedade''. Ela conversou com a mãe da mulher, que demonstra esgotamento emocional diante da situação. Ainda segundo Salomão, a mãe sempre foi resistente à ideia de internar a filha em unidade psiquiátrica para tratamento, mas devido ao agravamento dos episódios, ela procurou ajuda para conseguir a internação da filha.

População aciona polícia e bombeiros para conter mulher agressiva no Tarumã
Polícia Militar foi acionada para conter paciente psiquiátrica. (Foto: Liana Feitosa)

Uma das vizinhas da paciente relatou que várias crianças do bairro, inclusive o filho dela, de três anos, sentem medo da mulher. “Meu filho constantemente acorda chorando de madrugada, apavorado, falando o nome dela. Tem uma escola a uma quadra daqui e as crianças não podem voltar sozinhas para casa porque ela pode acabar atacando alguma. As crianças sentem medo por causa da agressividade dela”, detalha a moradora que prefere não se identificar.

Saúde - De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), “o protocolo para tratamento de pacientes em crise é que este seja encaminhado até uma unidade 24 horas, onde será medicado e regulado para um Caps (Centro de Atenção Psicossocial) para tratamento e, se necessário, a internação do paciente. Contudo esta conduta será efetiva somente enquanto durar o tratamento para aquele episódio específico, uma vez que não é de responsabilidade da prefeitura o acolhimento e tratamento contínuo - com internação em leito psiquiátrico - daquele paciente que possui suporte para tratamento, ou seja, tem moradia fixa e apoio familiar”.

Ou seja, internações involuntárias só podem ocorrer mediante decisão judicial e, caso não seja voluntária, só ocorrerá se o Caps identificar a necessidade durante tratamento.

Vaga - Ainda de acordo com residentes do bairro, a mãe da paciente tem documentos que autorizam a internação compulsória da filha, mas que o Caps alega não haver vaga alguma disponível em unidade de saúde para internação.

“Pelo amor de Deus, a gente precisa de ajuda. A gente liga no bombeiro, eles não podem ajudar, liga na polícia, não podem ajudar, vai no posto [de saúde], ninguém pode ajudar. Nossa última opção é a mídia, a gente não sabe mais a quem pedir ajuda porque, se tem esse papel [da mãe autorizando], a gente precisa de ajuda”, finaliza uma das vizinhas.

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