Por precaução, Águas Guariroba faz captação em lago do Balnerário Atlântico
Caminhões pipa são usados para retirar água do local e levá-la até estação de tratamento, de onde ela é distribuída
A falta de chuvas e o tempo seco fez com que os esforços para fornecer água em Campo Grande fossem redobrados. Para evitar desabastecimento na cidade, a Águas Guariroba está realizando captação no lago do Balneário Atlântico com caminhões pipa e levando a água até a estação de tratamento, para distribuição.
"Não há possibilidade de racionamento de água em Campo Grande. A concessionária tem emitido alertas de pedido de consumo consciente e trabalhado em melhorias e reforços no sistema", frisa a concessionária em nota enviada à reportagem.
O consumo de água nesse período de seca, segundo a empresa, tradicionalmente é 15% maior que o normal. Contudo, em 2020, quando a baixa umidade vem batendo recordes junto ao forte calor, Campo Grande registra aumento de 22% no consumo - sete pontos percentuais do que é previsto como rotina na cidade nos meses de estiagem.
"Vale ressaltar que, além do clima, a ocorrência de fatores externos como queimadas, oscilações de energia e furtos de cabos nas estações também podem afetar as operações", complementa a nota enviada pela assessoria de comunicação da Águas Guariroba.
A retirada de água do Balneário Atlântico, na saída para Três Lagoas, foi retomado neste fim de semana em "caráter estratégico". A empresa ativou recentemente dois novos poços em Campo Grande, investindo R$ 10 milhões nas obras.

A vazão de um dos poços, localizado no bairro Pioneiros próximo a avenida Senador Antônio Mendes Canale, é de 400 m³ por hora. Ao todo, 90 mil moradores de 20 bairros são atendidos direta e indiretamente pelo novo ponto de captação.
Já o outro polo fica no bairro Paulo Coelho Machado, também na região sul de Campo Grande, e tem vazão de 230 m³ por hora. Ali, 17,5 mil residências são beneficiadas. Todo o sistema de abastecimento conta com monitoramento da Águas Guariroba para manter a regularidade do fornecimento por 24 horas por dia.
Legalidade - Questionada sobre a legalidade da captação de água no Atlântico, a empresa frisa que a operação, apesar de ser uma ação isolada e de caráter temporária, sem necessidade de licenciamento, foi devidamente comunicado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), e a água dali passa por rigoroso controle de qualidade.
"A atividade é respaldada pela Resolução do Conselho Estadual de Recursos Hídricos/MS nº 41 de 23 de fevereiro de 2017, em seu §6º, além de seguir toda a normativa de potabilidade de água constante na Portaria do Ministério da Saúde nº 2914 de 12 de dezembro de 2011".