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Capital

Posto de saúde "campeão" em pré-natal faz 2 partos inesperados na Capital

Mulheres que não estavam fazendo o acompanhamento regularmente acabaram dando à luz na USF Noroeste

Por Cassia Modena | 10/04/2024 12:16
Equipe da USF Noroeste fez o parto de Sofia (à dir.) e de Lívia (à esq.) num intervalo de pouco mais de 1 mês (Fotos: Reprodução/Instagram)
Equipe da USF Noroeste fez o parto de Sofia (à dir.) e de Lívia (à esq.) num intervalo de pouco mais de 1 mês (Fotos: Reprodução/Instagram)

Mais de 100 bebês estão a caminho no Bairro Jardim Noroeste, que tem a maior taxa de grávidas fazendo pré-natal em Campo Grande. Ele é o "campeão" quando se analisa a quantidade de gestações registradas pelas USFs (Unidades de Saúde da Família) de cada região da Capital.

Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), atualmente, 172 mulheres são acompanhadas na USF Noroeste. A segunda da lista é a USF do Bairro Moreninhas III, com 133 gestantes, e a terceira é a USF do Bairro Paulo Coelho Machado, com 129.

Lívia e Sofia eram duas das bebês acompanhadas desde a barriga até pouco tempo na USF líder em pré-natal. Elas acabaram nascendo de forma inesperada na própria unidade, uma em 29 de fevereiro e outra em ontem (9).

Às pressas - As duas mães já chegaram à unidade com as filhas "coroando" o canal de parto. Foram acomodadas em uma maca e, em questão minutos, deram à luz com o apoio de médico, residente, enfermeira, técnica de enfermagem e outros funcionários da USF.

Nascer na USF não é o ideal, já que a unidade tem estrutura restrita aos atendimentos básicos.

Mas tudo correu bem e as mulheres e recém-nascidas foram encaminhadas depois para hospitais de Campo Grande, onde receberam a assistência indicada, afirma o médico de Saúde da Família Wiekmam Mendes, que participou dos dois partos.

Pré-natal incompleto - As duas gestações tiveram em comum o acompanhamento pré-natal incompleto, ressalta o médico.

Ele explica que, no bairro, não é incomum mulheres comparecem às primeiras consultas, mas não fazerem os exames necessários e deixarem de acompanhar como vai a gestação mês a mês.

A mãe de Sofia, por exemplo, está em situação de vulnerabilidade social e chegou à USF trazida pelos braços de uma vizinha, relatando estar sentido as dores do parto há cinco horas.

"A gente reforça que é importante fazer o pré-natal para evitar complicações e garantir que a gestação siga bem. Até vai atrás das gestantes em casa, quando precisa. Mas nem sempre conseguimos conscientizá-las", conta o especialista em Saúde da Família.

Se fossem feitos de forma completa, os pré-natais ajudariam as famílias de Sofia e Lívia a saberem a data provável do parto e a se preparem para ir diretamente a um hospital quando chegasse a hora do nascimento.

Outra questão que a USF tem identificado é a gravidez na adolescência, acrescenta Wiekmam. Ele afirma que está em andamento na unidade um programa municipal, feito em parceria com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), para garantir o acompanhamento pré-natal completo e conscientizar adolescentes sobre o uso de métodos contraceptivos para evitar gestações precoces.

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