Posto de saúde tem privadas entupidas e pombos por toda parte
Secretaria de Saúde diz saber da precariedade da unidade; equipe de limpeza reclama que não consegue manter a higiene
Fezes escorrendo pelas paredes, sujando cadeiras e até mesmo pacientes virando banheiro de aves. Esta é a situação no Centro Regional de Saúde do Aero Rancho, em uma das mais populosas regiões de Campo Grande, tomada por pombos.
Para quem trabalha no posto de saúde, ainda é preciso aguentar o odor causado pela presença das aves e tentar manter a unidade limpa. Na manhã desta quinta-feira (2), equipe do Campo Grande News esteve no posto de saúde, que atende cerca de 300 pessoas por dia, e constatou não só o problema com pombos, mas também estruturais: privadas dos banheiro estão entupidas, vidros de janelas quebrados, mau cheiro e sujeira.
"As pombas são moradoras conhecidas aqui do posto. Já reclamaram, mas disseram que não podem fazer nada, só se vier equipe da prefeitura e fazer alguma obra para impedir a entrada das aves", relata o autônomo Jair de Matos, 37 anos.
Informalmente, membros da equipe de limpeza do posto de saúde reclamaram que não conseguem manter a unidade limpa por conta dos pombos. "O povo reclama que está sujo, mas a gente limpa e em menos de 10 minutos já tem fezes de novo. Não tem braço que aguente limpar tanto", declarou uma funcionária.
Moradora do bairro Aero Rancho há 16 anos, a funcionária pública Solange da Silva Arguello Rezende, 46 anos, usa o posto de saúde desde que ele abriu e confirma ser antigo o problema com pombos.
Além das aves, ela reclama que da falta de médicos. Segundo Solange, dos cinco programados na escala apenas três estavam no plantão nesta quinta-feira.
"É um nojo, já vi pomba dentro da sala de vacina. Na escala tem cinco médicos de plantão, mas a assistente social disse que tem três atendendo", detalha.
Quem já virou banheiro de pombo queixa-se da situação. Sydney Faustino Souza, de 37 anos, precisou amputar os dedos do pé por conta de complicações da diabetes e vai ao posto com frequência para fazer curativo.
"Sentei para esperar meu irmão vir me buscar e senti um negócio na faixa. Quando olhei, eram fezes de pombo. Aqui é assim, bobeou elas cagam", relatou. O curativo precisou ser refeito, mas as pombas continuam no local.
Funcionários contam que metade do posto recebeu tela, mas deixaram o restante do prédio sem a proteção. "Eles entram pela porta, buraco no teto", disse uma funcionária.
Como a maior parte do posto não tem forro, os ninhos são feitos na vigas do teto ou nas paredes que não encostam nas telhas.
Sesau - Por meio da assessoria de imprensa, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que tem conhecimento do problema e algumas medidas paliativas foram tomadas no passado para tentar controlar a população de pombos na área.
"A Secretaria Municipal de Saúde tem ciência da precariedade em que se encontra a referida unidade e está avaliando a possibilidade de programar uma intervenção a fim de sanar tais problemas", disse o órgão, em nota.
Com relação aos problemas nos banheiros, uma equipe de manutenção da Sesau será designada para fazer os reparos. A secretaria não informou quando. Ainda de acordo com a secretaria, o quadro clínico está completo, conforme divulgado na escala de plantão, com cinco médicos.