Prefeita se abstém de falar de casas inacabadas, mas defende opinião de cacique
Às vesperas de eleição na comunidade, clima é de tensão entre moradores por conta de confusão com obras
As vésperas de eleições para novo Cacique na Aldeia Urbana Água Bonita, localizada na região norte da Capital, a Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) declarou apoio à reeleição da Cacique Aliscinda Tiberio, durante ação itinerante em parceria com o Governo do Estado, no final da manhã deste sábado (23).
A aldeia passa por clima de tensão após denúncia de que a Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado de Mato Grosso do Sul) entregou casas sem portas e banheiros à comunidade, na última quarta-feira (20).
Questionada durante a ação, neste sábado, a prefeita não quis comentar sobre a reclamação das casas inacabadas entregues pelo governo, mas demonstrou afinidade com a cacique e destacou que aprova o trabalho que Aliscinda Tiberio faz afrente da comunidade, inclusive defendendo sua reeleição.
"A gente declara apoio ao trabalho dela na comunidade. Precisamos que ela de continuidade para trazermos melhorias para a Aldeia Água Bonita. Todo problema tem solução e vamos discutir e dialogar para resolver".
A cacique não deu entrevista para a imprensa, mas em outra oportunidade, disse ao Campo Grande News que trabalha para tentar apaziguar a tensão e declarou não saber de onde veio a informação "de que os moradores teriam que entrar na casa sem estar completa".
Ação itinerante - A ação "Diretos Humanos em Ação" levou atendimento com dentista,. emissão de documentos, vacinas e mais de 15 serviços para a Aldeia Água Bonita neste sábado. A ação é uma inciativa da Prefeitura de Campo Grande, em parceria com o Governo do Estado, e deve passar pelas 24 aldeias urbanas da Capital.
A dona de Ineida Silva Soares, 56 anos, aproveitou a ação para trocar a carteira de identidade e refazer a do marido, que perdeu o documento. Ela e família moram no Tarsila do Amaral há mais de 20 anos. "Essa é a primeira vez que eu participo de uma ação realizada dessa forma pela Prefeitura".
O atendente Alexander Mendes, 24 anos, mora na comunidade há 20 anos, também procurou a ação para emitir a identidade. "Estou travado com algumas questões trabalhistas porque perdi meu documento e a ação está me ajudando porque não tenho dinheiro para pagar o documento". Sobre o conflito que houve na aldeia esta semana, o atendente preferiu não se manifestar.
Conflito - Na última quarta-feira (20), moradores da Aldeia Água Bonita denunciaram que moradias foram entregues sem porta e sem banheiro na segunda fase de entrega de casas pela Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul). Já no dia seguinte, outra parte da comunidade indígena, composta pelas etnias terena e guarani-kaiowá, destacou que a confusão foi provocada pelos próprios moradores.
Conforme apurado pela reportagem, parte da comunidade declara que houve equívoco durante a transição dos barracos para as casas entregues pelo Governo do Estado.
O Campo Grande News tenta entrar em contato com a Agehab desde a data da primeira reclamação dos moradores da comunidade, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.
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