Prefeitura afirma que ofereceu R$ 1,5 milhão para manter ala psiquiátrica
Montante foi oferecido para manter ala até final do ano, mas Santa Casa recusou a proposta, diz Sesau
A ala psiquiátrica da Santa Casa de Campo Grande, que foi reaberta em dezembro de 2021, enfrenta o risco iminente de ser fechada novamente devido à falta de recursos. Entretanto, ao Campo Grande News, a prefeitura informou que ofereceu um repasse de R$ 1,5 milhão para manter o serviço, mas a proposta foi recusada pela instituição hospitalar.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), as negociações entre a prefeitura e o hospital estão em andamento há pelo menos dois meses, porém, até o momento, não houve consenso. “Foi apresentada proposta ao hospital de repassar R$ 1,5 milhão para que os atendimentos sejam mantidos até o fim do ano, mas o hospital não aceitou”, aponta nota da Sesau.
À reportagem, na quinta-feira (6), a assessoria da Santa Casa justificou a desativação da ala psiquiátrica devido à falta de recursos, alegando que não há pactuação com a Sesau desde dezembro de 2022 para essa especialidade.
Segundo a instituição, as despesas mensais de manutenção da ala chegam a R$ 200 mil, valor que se torna insustentável sem o repasse de recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).
“O que impacta substancialmente no orçamento disponível para as especialidades de alta complexidade oferecidas pelo hospital. Como consequência dessa dificuldade financeira, foram fechados os 20 leitos destinados à internação de pacientes que estão passando pelo tratamento de desintoxicação, seguindo protocolos clínicos”, diz a nota, encaminhada ontem (6).
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Santa Casa para saber detalhes da negociação e entender a negativa dada ao repasse oferecido pela prefeitura. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. O espaço continua aberto para futuros posicionamentos da instituição hospitalar.
Novos pacientes - A Sesau também informou que os encaminhamentos para a ala psiquiátrica hospital estão restritos desde o último sábado (1º) e os pacientes estão sendo absorvidos pela rede municipal.
Já a Santa Casa, em nota divulgada ontem (6), afirmou que pacientes já internados serão inseridos no Core/MS (Complexo Regulador Estadual) e deverão retornar aos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) ou a unidades de internação geridas pelos gestores públicos.
“Essa é uma medida necessária, dada a falta de contrato para a regularização do serviço e depende do tratamento com cada paciente, mas será em questão de dias. Vale ressaltar que não estamos mais admitindo, apenas concluindo os tratamentos, dando alta e redirecionando os que ainda estão com necessidade de internação", diz hospital em nota.