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Capital

Prefeitura promete reajuste neste ano e enfermeiros vão encerrar greve

Lidiane Kober e Flávia Lima | 07/07/2015 15:43
Fritz representou enfermeiros em audiência com secretário de saúde (Foto: Vanessa Tamires)
Fritz representou enfermeiros em audiência com secretário de saúde (Foto: Vanessa Tamires)

Após 17 dias de greve, a Prefeitura de Campo Grande prometeu retomar negociação por reajuste salarial em outubro e os enfermeiros devem voltar ao trabalho amanhã (8). O acordo foi firmado na tarde desta terça-feira (7) em audiência de conciliação no TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), presidida pelo desembargador Fernando Mauro Marinho.

Representando a categoria no encontro, Hederson Fritz anunciou o acordo, que deve ser homologado ainda hoje em assembleia, às 18h30. “A categoria aceita a voltar a negociar em outubro e retorna ao trabalho amanhã”, disse.

Ele revelou que os profissionais consideram ser mais prudente evitar o confronto em troca da garantia de manter um canal de negociação aberto com a prefeitura. “Nosso intuito foi manter o diálogo aberto e ter a certeza de voltar a negociar em outubro”, ressaltou Fritz.

Em nome da administração municipal, o secretário de Administração, Wilson do Prado, repetiu que, no momento, é impossível dar qualquer reajuste porque os gastos com folha atingiram o limite prudencial.

Sobre a possibilidade de atender o pleito de reposição de 8,5% e mais equiparação do salário ao piso nacional no período de cinco anos, o secretário de Saúde, Jamal Salem evitou promessas. “Não falamos em índices agora. Em outubro, vamos discutir isso”, afirmou.

Ponto – Apesar do acordo, prefeitura e categoria não concorda sobre o procedimento a ser tomado em relação ao ponto dos servidores no período de greve. “Não acho justo a população pagar salário de quem não trabalhou”, defendeu Prado.

Fritz, por sua vez, disse que ninguém ficou em casa. Segundo ele, os profissionais foram aos respectivos postos de trabalho, mas só atenderam casos de emergência.

Prejuízos - Segundo Jamal, só nos 13 primeiros dias de greve, 720 eletrocardiogramas deixaram de ser feitos, além de 126 eletroencefalogramas, 324 endoscopias e 216 testes ergométricos. Ao mesmo tempo, lotes de vacina para recém-nascidos começaram a vencer por falta de profissionais para imunizar.

A falta de vacinação, inclusive, gerou desespero entre os pais. Teve gente que madrugou na fila para vacinar os filhos nos finais se semana de mutirão, mesmo assim, teve família que foi para casa sem conseguir imunizar as crianças.

Fritz afasta qualquer tipo de caos e destaca que “ninguém foi prejudicado”. Ele alega que todos os procedimentos de urgência foram realizados e que os demais são passíveis de reagendamento.

Reunião entre enfermeiros e presidida pelo desembargador Fernando Mauro Marinho, no centro (Foto: Vanessa Tamires)
Reunião entre enfermeiros e presidida pelo desembargador Fernando Mauro Marinho, no centro (Foto: Vanessa Tamires)
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