Prefeitura promete R$ 3,2 milhões à Santa Casa, que tenta evitar greve
Novo encontro foi marcado para iniciar negociações de novo contrato
Em reunião mediada pela promotora Filomena Fluminhan, a Prefeitura de Campo Grande se comprometeu a depositar até segunda-feira (4) os R$ 3,25 milhões que deve à Santa Casa de Campo Grande. Na audiência, também foi marcado o próximo encontro para definir novos valores a serem repassados ao maior hospital de Mato Grosso do Sul, que alega ter aumentado o leque de serviços prestados.
Na terça-feira (1º), a direção do hospital enviou ofício para o Executivo municipal fazendo alerta sobre as consequências do atraso. O mais grave seria a restrição de atendimento no pronto-socorro, uma vez que os médicos ameaçavam greve porque ainda não haviam recebido os salários.
As cirurgias eletivas (menos urgentes e com hora marcada) foram suspensas no dia 27 de setembro. O diretor do hospital, Esacheu Nascimento, explicou que por conta do risco de desabastecimento de insumos para os casos de emergência, o atendimento agendado foi interrompido.
Ao sair da reunião, o prefeito Alcides Bernal (PP) garantiu que além de repassar o valor referente ao mês de outubro, vai adiantar a parcela de novembro para o hospital.
A promotora destacou que diante da promessa de pagamento, a diretoria técnica da Santa Casa se dispôs a negociar mais prazo para fazer o pagamento dos médicos. Ela, portanto, acredita que não haverá greve.
Novo contrato – A partir do dia 11, prefeitura, Governo do Estado e ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) começam a negociar novo contrato, com novos valores e compromissos de cada parte.
Após a audiência, Bernal cobrou maior contribuição do Executivo estadual no pagamento pelos serviços prestados pela Santa Casa. “Repassamos R$ 227 milhões no ano passado [cerca de R$ 18 milhões por mês]. Neste ano, já foram R$ 19.929.589,60. Mas, o que a prefeitura tem cobrado que é Estado faça a parte deles, pagamos o dobro do governo”, afirmou o prefeito.
O secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, respondeu que a administração estadual não teria problemas em aumentar os repasses. “Outros aportes serão discutidos, temos que pensar no futuro da Santa Casa. Mas aí, de onde vem o valor, é uma questão técnica”, argumentou.
O diretor da Santa Casa destacou a necessidade de aumento no aporte de recursos. “Na nova contratualização, vamos definir as necessidades da Santa Casa. É necessário haja aumento no repasse porque houve aumento da demanda”, declarou.
No contrato, consta quais os percentuais de procedimentos feitos no hospital cada governo – municipal e estadual – vai arcar.