Sesau admite atraso para Santa Casa, mas diz que culpado é o Estado
O secretário municipal de Saúde Pública, Ivandro Fonseca, confirmou que o repasse da prefeitura para custeio operacional da Santa Casa, no valor R$ 3,25 milhões, está atrasado há 12 dias e justificou que a situação acontece como reflexo de uma falta de assistência do Governo do Estado que se repete há três anos.
Sem o repasse, que deveria ter sido feito no dia 15 deste mês, a Santa Casa suspendeu cirurgias eletivas, deixando de realizar em média 50 procedimentos por dia. O hospital alega que o atraso tem ocorrido nos últimos três meses.
"Protocolamos documento no Ministério Público porque o Estado não está cumprindo o mínimo constitucional aplicado na saúde. Já são R$ 374 milhões em recursos que não foram aplicados desde 2013 em todo o Mato Grosso do Sul. São valores que seriam usados para a criação de leitos e gestão dos hospitais", se defende Ivandro.
De acordo com o secretário, isso refletiu nas contas da prefeitura, que não conseguiu realizar os repasses corretos para a Santa Casa, já que como Campo Grande tem gestão plena, o dinheiro primeiro passa pelo município para depois ser destinado integralmente ao hospital.
"Ano passado, 33% do nosso orçamento foi usado em saúde. Em 2016 já foram 26%. Enquanto isso o Estado gastou só 4% com custeio na Capital. A saúde é tripartite, é prefeitura, Estado e União. Nossos hospitais estão passando por sérias dificuldades no interior e isso sobrecarrega Campo Grande, refletindo nesses atrasos", completa Ivandro.
A reportagem tentou contato com a SES (Secretaria de Estado de Saúde) para conseguir uma posição sobre o relato do secretário municipal, entretanto, até o fechamento do texto, não obteve êxito.