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Capital

Prefeitura tapou quase 40 mil buracos, mas defeitos ‘brotam’ no asfalto

Com ruas e avenidas em estado de calamidade, fazer reparos pela cidade é como enxugar gelo, principalmente em época de chuva.

Anahi Zurutuza | 07/03/2017 06:13
Em cruzamento do São Lourenço é preciso escolher em qual buraco cair (Foto: Alcides Neto)
Em cruzamento do São Lourenço é preciso escolher em qual buraco cair (Foto: Alcides Neto)
Irmãs falam da dificuldade para trafegar pelo bairro onde moram. (Foto: Alcides Neto)
Irmãs falam da dificuldade para trafegar pelo bairro onde moram. (Foto: Alcides Neto)

A Prefeitura de Campo Grande divulgou balanço das operações tapa-buracos nos dois primeiros meses deste ano. Mas, o trabalho parece ser o mesmo que “enxugar gelo”. Como as ruas de maior fluxo de veículo têm prioridade, nas vias dos bairros, além das crateras de "estimação", brotam novos buracos sempre que chove.

“Eu falo que a minha irmã vai perder a casa para os buracos”, conta a funcionária pública Cleonice de Lima Pinto, 57 anos, que até ri da situação das ruas Vista Alegre e Inácio de Souza, no Jardim São Lourenço – leste de Campo Grande. Ela reclama que está cada vez mais difícil chegar à casa da irmã Cleoraci, 63, sem ter de escolher em qual buraco cair.

Quem passa pela rua Inácio de Souza não contém a irritação quando consegue desviar de uma cratera, mas sente o impacto de outra. A reportagem testemunhou os xingamentos dos condutores que passavam em zigue-zague pela rua nos poucos minutos que levou para entrevistar Cleonice e Cleoraci.

Cleonice conta que trabalha no Centro e sempre vê equipes do tapa-buracos na região, mas fazem meses que as ruas do São Lourenço não recebem reparos. “Pior é que toda vez que chove, abre um buraco novo. Moro na Marquês de Lavradio [uma das principais do bairro] e não sei como não acontece acidente ali, porque toda hora a gente tem de ir para a contramão”.

Em outras ruas do bairro como Professor Xandinho e o cruzamento da Marquês da Lavradio com a Dona Ziza também é difícil trafegar.

A irmã conta que já testemunhou o estouro de pneus de carros pelas ruas do bairro. “Não tem jeito, tem hora que não dá para desviar”.

Equipes do tapa-buracos estão espalhadas pela cidade, mas não dão conta da demanda (Foto: PMCG/Divulgação)
Equipes do tapa-buracos estão espalhadas pela cidade, mas não dão conta da demanda (Foto: PMCG/Divulgação)

Dificuldades – A prefeitura divulgou que do início do ano para agora, o número de equipes que trabalham na manutenção das vias pavimentadas aumentou de sete para 20 e que ainda neste mês, passarão a ser 30 frentes de trabalho.

A administração municipal admite que por enquanto a prioridade são as vias mais movimentadas.

Ontem, duas das equipes estavam no Aero Rancho, um dos bairros mais populosos da cidade, mas trabalharam nas ruas Raquel Queiroz e Santa Quitéria, vias que concentram boa parte do comércio, além de serem os principais corredores do transporte coletivo.

Por meio da assessoria de imprensa, o secretário de Obras, Rudi Fiorese, explicou que nesta época do ano, a chuva prejudica o serviço. “Algumas semanas, as equipes só conseguiram trabalhar três dias”, pontuou.

Fora isso, a situação das ruas e avenidas da estava em estado calamidade, segundo a prefeitura, por isso, a demora para normalizar a situação. “Em alguns locais, o pavimento está tão comprometido que é feito praticamente um recapeamento de quase meia quadra”, explica o supervisor do Serviço de Manutenção de Vias Públicas, Edvaldo Aquino, também por meio da assessoria de imprensa.

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