Prefeitura terá R$ 100 milhões a menos nos cofres em 2018, prevê orçamento
Lei de Diretrizes Orçamentárias já foi entregue para análise da Câmara Municipal, com R$ 269 milhões de receita a menos que o previsto pela administração anterior
Diante do cenário de crise, a Prefeitura de Campo Grande estima arrecadar em 2018 menos que o previsto e, por isso, o orçamento de R$ 3,4 bilhões será mais enxuto que o estimado no ano passado. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) já foi entregue à Câmara Municipal e será debatida em audiência pública na terça-feira (2).
Em relação a 2017 – cujo orçamento foi fechado em R$ 3.563.376.000,00 – a queda na receita é de 3,45%, R$ 109 milhões em número absoluto. Por isso, a administração municipal prevê a destinação apenas dos percentuais mínimos exigidos por lei para a educação (25%), saúde (15%) e cultura (1%).
O valor orçado pela equipe de Marquinhos Trad (PSD) é R$ 269 milhões menor que o previsto pela gestão anterior. A LDO do ano passado, publicada no Diário Oficial do Município do dia 2 de agosto, previa aumento de 4,82% na arrecadação e estimava a receita em R$ 3,7 bilhões.
A prefeitura prevê ainda receber R$ 17.566.195 em impostos por conta das isenções fiscais dadas ao comércio, indústria, setor de serviços e contribuintes isentos do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Despesa – A maior despesa do município é com o pagamento de pessoal. Conforme destacou o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano no parecer para enviar o orçamento para os vereadores, em dezembro de 2016 o gasto com a folha representava 52,85% da receita municipal e aumento quase 20% em quatro anos, uma vez que em 2012, representava 35,50% da arrecadação.
Deficit – O balanço do mês de março já deu sinais de que as finanças do município não vão bem. Depois de fechar o primeiro bimestre com as contas no azul, o município fechou o mês de março com deficit de R$ 34 milhões.
O município gastou R$ 98 milhões só com a folha de pagamento, sendo esta sua despesa mais alta.
O secretário municipal de Finanças, Pedro Pedrossian Neto, já chegou a falar de atrasar os salários dos 22 mil servidores.
Para evitar que a prefeitura “quebre”, o prefeito já adiantou que avalia com cautela a possibilidade de dar reajuste aos funcionários públicos municipais.