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Capital

Preso homem que esfaqueou motorista de aplicativo e dizia "ouvir vozes"

À polícia, homem afirmou sentir vontade de atacar mulheres

Dayene Paz | 15/06/2022 10:13
Audineth no hospital se recuperando dos ferimentos que sofreu durante corrida. (Foto: Direto das Ruas)
Audineth no hospital se recuperando dos ferimentos que sofreu durante corrida. (Foto: Direto das Ruas)

Depois de ter o primeiro pedido de prisão negado, a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos) conseguiu provar que um homem de 24 anos oferece "potencial risco à sociedade" e teve decisão favorável ao pedido de prisão preventiva nesta quarta-feira (15). O investigado esfaqueou uma motorista de aplicativo durante corrida na noite do dia 20 de maio, em Campo Grande.

O delegado Roberto Guimarães explicou que inicialmente o caso chegou como tentativa de latrocínio e teve o primeiro pedido de prisão temporária negado pela Justiça. "No entanto, após interrogá-lo e também ouvir a vítima, constatamos que não houve intenção de roubar, ele não anunciou assalto", revelou o delegado.

Roupa que autor usava no dia que atacou motorista foi apreendida pela polícia. (Foto: Divulgação)
Roupa que autor usava no dia que atacou motorista foi apreendida pela polícia. (Foto: Divulgação)

O próprio investigado afirmou ter agido após ouvir vozes e desejou esfaquear a mulher. “Ele disse que bebeu no dia, mas que não estava bêbado”, comentou o delegado. Com passagens por importunação sexual, também confessou outros crimes e que teve vontade de atacar as mulheres para que elas fizessem sexo com ele, mas nunca consumou os fatos. As vítimas de importunação são mulheres, adolescentes e adultas.

"Ele apresenta potencial risco à sociedade, disse que tinha intenção de atacar pessoas do sexo feminino e no pedido de prisão ponderamos que havia risco caso ele ficasse solto", explicou o delegado. Dessa vez, o pedido de prisão preventiva pelo crime de tentativa de homicídio foi deferido pelo poder judiciário e cumprido na manhã desta quarta-feira (15).

O homem foi localizado em um posto de combustíveis, onde trabalhava como auxiliar em um lava-jato. O bairro onde ele foi preso não foi informado pelo delegado. O homem será encaminhado direto ao presídio.

Caso - Ao Campo Grande News, a vítima Audineth Aguiar dos Santos, de 44 anos, contou que é motorista de aplicativo há cinco anos e, no dia do fato, em nenhum momento desconfiou do passageiro, que durante o percurso, permaneceu quieto.

Homem, de camiseta do Palmeiras e algemado, chegando na delegacia nesta manhã. (Foto: Direto das Ruas)
Homem, de camiseta do Palmeiras e algemado, chegando na delegacia nesta manhã. (Foto: Direto das Ruas)

“A gente pega passageiros de todo tipo. Tem gente que gosta de conversar, tem gente que não gosta. Tem uns agitados, outros mais calmos. Não tem como saber. Eu não desconfiei de nada”, contou.

Ela disse que ao avisar o passageiro que havia chegado ao destino, o rapaz pediu para entrar à direita. “Ele não falou nada, não anunciou o assalto, simplesmente começou a bater no meu rosto com alguma coisa. Na hora, eu não vi a faca. Sentia algo parecido com choque. Mesmo assim, apertei a buzina e acelerei com o carro. Comecei a gritar por socorro. Ele pulou pela porta traseira e fugiu. Passei a mão no meu rosto e senti o sangue escorrendo”, relembrou.

Em áudio captado pelo sistema de gravação do aplicativo de transporte, usado pelos profissionais para atender as corridas percebe-se o desespero da mulher. Enquanto dirigia, depois de ser agredida, chorava: "eu tô cortada, eu tô morrendo, me furou toda de faca, olha aí, olha onde eu tô, moço me socorre, eu fui assaltada, ele me furou toda de faca. (...) sou Uber e tô toda furada, me ajuda a chegar até o posto", diz a mulher.

A mulher recebeu alta médica da Santa Casa no dia 23 de maio.

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