ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Preso por fazer festa com música ao vivo paga R$ 200 mil de fiança e é solto

O valor da fiança havia sido arbitrado em R$ 313,5 mil pela delegada Deborah Mazzola, mas a pedido da defesa, foi reduzido

Anahi Zurutuza | 16/08/2020 10:05
Aloisyo Coutinho conversa com policiais durante abordagem (Foto: Vídeo Direto das Ruas/Reprodução)
Aloisyo Coutinho conversa com policiais durante abordagem (Foto: Vídeo Direto das Ruas/Reprodução)

Morador do Damha 3, o empresário, Aloisyo José Campelo Coutinho, de 43 anos, preso por promover uma festa com música ao vivo na madrugada deste sábado (15), pagou fiança de R$ 200 mil e ontem mesmo foi libertado. O valor da fiança havia sido arbitrado em R$ 313,5 mil pela delegada Deborah Mazzola, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, mas a pedido da defesa, foi reduzido.

A decisão de soltar o morador é do juiz Maurício Petrauski, do plantão judicial. A liberdade provisória foi decretada, mas Aloisyo, além de pagar a fiança, está proibido de frequentar ou promover festas, eventos e reuniões de qualquer natureza que gerem aglomeração de pessoas, inclusive eventos esportivos e campeonatos. O magistrado determinou que o empresário fique em casa das 21h  às 5h.

No pedido de liberdade, o advogado Ricardo Souza Pereira alega que o cliente faz parte do grupo de risco e que se ficasse preso poderia ser contaminado com o novo coronavírus. “Como bem destaca documento trazido aos autos, o requerente é cardíaco e toma remédio para pressão alta e sendo assim se enquadra no grupo de risco da covid-19”.

Argumentou ainda que Aloisyo sofre de ansiedade, faz uso de remédios controlados e poderia ter uma crise se permanecesse na cadeia. “Conforme laudo acostado aos autos, o requerente está fazendo uso de medicação, contra ansiedade, e a condição degradante do cárcere por si só, pode desencadear uma crise e pior seu estado de saúde”.

A defesa pediu que o valor da fiança fosse diminuído. “A delegada não tem conhecimento suficientes acerta do patrimônio e padrões de vida do requerente para pode fixar a fiança em um patamar tão elevado assim. Ademais, a polícia exige que o valor seja pago em dinheiro para que se libere o requerente, patamar que serve apenas para forçar o requerente a ficar o final de semana preso”, alegou.

O juiz entendeu ser razoável baixar o valor para R$ 200 mil. No processo, o comunicado do cumprimento do alvará de soltura foi feito nesta manhã, mas o Campo Grande News apurou que ontem mesmo, Aloisyo já havia sido solto.

Instrumentos musicais foram apreendidos pela polícia (Foto: PMA/Divulgação)
Instrumentos musicais foram apreendidos pela polícia (Foto: PMA/Divulgação)

O caso - Equipes da 3ª Delegacia de Polícia Civil, do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e da PMA (Polícia Militar Ambiental) foram ao endereço do empresário por volta das 0h30, após denúncia de festa com música ao vivo.

Ele já responde procedimentos administrativos instaurados pelo condomínio e vizinhos já haviam procurado a polícia mais de uma vez para denunciar festas com som muito alto. Na decisão pela liberdade provisória, o juiz Maurício Petrauski anotou que “as vítimas da poluição sonora se fizeram presentes na Delegacia de Polícia, inclusive apresentando cópia de receituário médico psiquiátrico, em virtude do crime mencionado”.

Na madrugada de ontem, em frente ao imóvel, os policiais encontraram fileira de carros estacionados. No local, havia cerca de 20 pessoas e música ao vivo com sanfona, violão e cajón.

Policiais militares ambientais mediram a pressão do som emitido pela aparelhagem da banda que tocava e o resultado foi de 61,1 decibéis. A potência máxima permitida é de 45 decibéis. A prisão em flagrante se deu pelo crime ambiental (poluição sonora), desacato, desobediência civil e perturbação do sossego. O morador foi ainda multado em R$ 15 mil pela PMA.

Um músico, de 31 anos, que teve os instrumentos apreendidos, também acabou preso após xingar e ameaçar os policiais.

O Campo Grande News tentou contato com o advogado de Aloisyo pelo número disponibilizado no processo, mas o telefone está desligado. Um recado foi deixado na caixa postal.

Nos siga no Google Notícias