Professores voltam a lotar Câmara, mas admitem que greve perde a força
Em greve há 20 dias, os professores da rede municipal voltaram à Câmara Municipal nesta terça-feira (16) para pedir apoio aos vereadores. Pelo menos 300 docentes acompanham a sessão munidos de cartazes e distribuindo adesivos.
Nesta terça-feira, segundo a prefeitura, das 94 unidades, 39 estão com aulas normais, 24 em funcionamento parcial e 31 com paralisação total.
O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Professores), Geraldo Gonçalves Alves, admite que o movimento vem perdendo força e disse que 37% da categoria está paralisada, porém considera ainda um bom percentual. “É normal as pessoas começarem a desistir depois de um tempo, mas vamos seguir com o movimento”, ressaltou.
Segundo ele, os trabalhadores não abrem mão do reajuste de 13,01%, mas aceitam os 8,50% neste ano, já proposto pela prefeitura, se o poder público concordar em escalonar os 4,51% no próximo ano. “O que acontece é uma questão política e não falta de dinheiro”, disse Geraldo.
Antes do início da sessão, Geraldo Alves se reuniu com o líder do prefeito, Edil Albuquerque (PMDB), que ligou para o secretário municipal de Administração, Wilson do Prado, na tentativa de conseguir um entendimento. Segundo o presidente da ACP, o secretário afirmou que antes das 15 horas vai apresentar uma nova proposta à categoria.
Ameaça – A revelação de que professores da Reme estariam recebendo mensagens via aplicativo WhattsApp, ameaçando demissões, alterou os ânimos dos docentes que acompanham a sessão.
A denúncia foi levantada pelo vereador Eduardo Romero (PT do B), que foi ao plenário dizer que as mensagens ordenavam a volta imediata ao trabalho dos docentes convocados a partir desta quarta-feira (17), sob risco de demissão. A mensagem teria partido da Semed (Secretaria Municipal de Educação).
Ao ler uma das mensagens enviadas à uma das professores, que preferiu não revelar a escola que leciona, o presidente da ACP, Geraldo Alves se retirou da sessão e foi até a Semed averiguar a denúncia. “Os professores estão sendo reprimidos. Não podemos admitir essa situação”, destacou Eduardo Romero.