Protesto de ciclistas chama atenção para trânsito violento da Capital
Grupo também marcou a mobilização devido ao caso de ciclista que faleceu em 2020 após ser atropelada
Ciclistas de Campo Grande de diferentes coletivos se reuniram no final da tarde deste sábado (15) para uma panfletagem de conscientização. Além de entregar informativos sobre o CTB (Código de Trânsito Brasileiro), o grupo também marcou a mobilização devido ao caso da ciclista Marina Kohler Harkot que faleceu em 2020 após ser atropelada por um motorista em São Paulo.
O encontro da Avenida Afonso Pena com a Calógeras foi o ponto escolhido para o encontro dos coletivos Bici nos Planos e Bicicletada Massa Crítica. Os grupos de ciclistas acompanham o ato ‘Pedale como Marina’ que é realizado em outras cidades do País.
Uma das organizadoras em Campo Grande, Laura Machado explica que o ato público ocorre agora para chamar atenção do caso que será julgado na próxima semana. “O protesto é pedindo justiça pelo assassinato da Marina que aconteceu em novembro de 2020 e agora dia 20 vai ser o julgamento a juri popular. Hoje está acontecendo a bicicletada em São Paulo, Recife, Belo Horizonte e várias outras cidades”, explica.
Marina tinha 28 anos e estava pedalando de bicicleta quando foi atingida pelo empresário José Maria da Costa Júnior que conduzia uma Hyundai Tucson. No dia 20, ele será julgado por homicídio por dolo eventual, quando se assume risco de matar. O empresário também é acusado de dirigir sob efeito de álcool e fugir do local sem prestar socorro à vítima.
Apesar do caso ter acontecido em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, os ciclistas de Campo Grande chamam atenção para o risco que pessoas que usam a bicicleta correm diariamente no trânsito. Além disso, Laura chama atenção para o fato que depois do Maio Amarelo nada mudou para os ciclistas.
“A gente tá aqui pra protestar, pra pedir mais segurança, respeito, visibilidade porque a gente acabou de passar pelo mês da conscientização contra a morte no trânsito e não vimos muita coisa da parte dos nossos órgãos públicos”, fala.
O ato de hoje com entrega de panfletos, segundo ela, é uma forma de sinalizar e trazer visibilidade para o ciclista de Campo Grande. “Não tem nenhum atleta aqui, é todo mundo que pedala no dia a dia para ir para a escola, para trabalhar”, enfatiza.
Entre os participantes da ação estava Fernando Cruz, de 60 anos, que tem a bicicleta como principal meio de transporte. Professor de artes, ele usa a bicicleta para fazer o trajeto entre as três instituições que ficam no Centro, Bairro Noroeste e Bairro Tiradentes.
Por dia, ele pedala em média 30 quilômetros que se tornam bem difíceis devido ao comportamento dos condutores. “O cotidiano na cidade é muito agressivo. Os carros não respeitam, eles cortam sua frente, te jogam de lado, gritam pra sair da rua como se você estivesse atrapalhando o trânsito”, comenta.
Há três anos, o professor foi atropelado e no grupo de ciclistas de hoje tem outros dois casos semelhantes. No panfleto que estava sendo entregue hoje, o artigo que começava o texto era o 29 do CTB onde consta: ‘pedestres têm prioridade sobre ciclistas; ciclistas têm prioridade sobre veículos’.
Confira a galeria de imagens:
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