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Capital

Quinze pacientes agonizam a espera de socorro para chegar ao hospital

Lidiane Kober | 04/09/2013 16:14

Em Campo Grande, pelos menos 15 pacientes agonizam, nesta quarta-feira (4), em postos de saúde a espera de socorro para chegar ao hospital. Profissionais de saúde alegam falta de transporte para conduzir as pessoas. Por outro lado, funcionário do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) garante que o problema é a recorrente falta de vagas nos setores de emergência e urgência dos hospitais.

Desde as 21h de ontem (3), Carlos Ferreira Barbosa, 61 anos, aguarda por atendimento especializado em um hospital da Capital. Ele sofreu um infarto e está, até agora, no Centro Regional de Saúde do Guanandi a espera de socorro.

No posto, profissionais de saúde informaram aos familiares que há vaga no HR (Hospital Regional), mas não há ambulância disponível para transportá-lo. “Em caso de infarto, em até seis horas, o paciente precisa ser levado a um hospital”, frisou um médico.

Os mesmos profissionais de saúde relataram clima de caos nesta quarta-feira. Segundo eles, técnicos de enfermagem do Samu informaram que, das nove ambulâncias de unidade básica de salvamento, apenas três estariam circulando e priorizando o socorro a pessoas da rua.

“Não estão fazendo o transporte secundário, de posto para o hospital”, relatou um funcionário de uma unidade de saúde de Campo Grande. “Sei de pelos menos 15 ocorrências de pessoas a espera de socorro”, emendou. O problema seria resultado da falta de pagamento pelo conserto de cinco ambulâncias.

Outro lado - Questionado sobre a falta de ambulâncias, integrante da coordenação do Samu, que pediu para não ser identificado, garantiu que 12 veículos estão à disposição da população. “Frota temos, equipe temos, pneus novos temos, o que falta são vagas nos hospitais”, assegurou.

Ele, inclusive, disse que “poderiam lhe dar um tiro no ouvido” se estivesse mentindo. “Temos sete ambulâncias reservas para caso de manutenção”, destacou. O representante do Samu até confirmou que, nesta manhã, alguns veículos passaram por manutenção. “Foi coisa rápida, do contrário, acionamos as reservas”, frisou.

Sem remédio – Além da dificuldade para chegar ao hospital, os campo-grandenses não estão encontrando remédios nos postos de saúde. “Estamos sem medicamentos, faltam remédios básicos, como bromoprida e vacina antitetânica”, aproveitou para revelar um funcionário de unidade básica da Capital, que, por medo de retaliação, pediu sigilo do nome.

O mesmo funcionário relatou a falta raio-X e de pilha para aparelho, como o otoscópio (exame de ouvido) e para equipamento de entubamento. “A situação está crítica e não é só hoje”, finalizou.

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