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Capital

Rotina de quem precisa sensibiliza servidores para doação de sangue regular

“Pode enterrar apenas meus ossos, tudo que for ajudar outras pessoas pode doar”, defende técnica de enfermagem

Por Kamila Alcântara | 12/01/2025 09:12
Rotina de quem precisa sensibiliza servidores para doação de sangue regular
Acesso para retirada de sangue em braço com tatuagem religiosa (Foto: Marcos Maluf)

“Onde é o setor para doar sangue?” é uma pergunta feita com frequência aos servidores que estão na recepção, a famosa porta de vidro, do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Essa busca pela coleta e a batalha pela vida impacta profundamente aqueles que passam a maior parte do tempo dentro do icônico prédio, no coração do Bairro Aero Rancho, na região sul de Campo Grande.

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O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul agora oferece atendimento para doação de sangue aos sábados, atendendo a uma demanda crescente da comunidade. A iniciativa foi impulsionada por relatos de pessoas que enfrentavam dificuldades para se deslocar até o Hemosul, localizado longe do hospital. Com a nova programação, os doadores, incluindo acompanhantes de pacientes, podem contribuir de forma mais acessível. O atendimento será realizado uma vez por mês, visando facilitar o processo para aqueles que desejam ajudar e aumentar o número de doações, que são essenciais para o tratamento de pacientes internados.

São 20 anos monitorando entradas e saídas dos pacientes, com seus familiares ou não, que sensibilizaram o fiscal de portaria José Diomedes Schneider, de 59 anos, que hoje também é um doador de sangue. Por isso, o Campo Grande News, em parceria com o Instituto Sangue Bom, realiza até o fim de janeiro a campanha "Solidariedade Não Tira Férias", contando histórias de quem doa e de quem depende do sangue para sobreviver.

O ato de doar sangue começou a chamar sua atenção quando percebeu a grande procura pelo atendimento aos finais de semana, que antes não existia na unidade hospitalar. Até que chegou ao ponto dele fazer parte da campanha, interna entre os funcionários, de abertura do hemocentro no sábado.

“Foram várias as vezes que testemunhei pessoas interessadas em doar sangue no sábado, porque o Hemosul ficava longe. Quando não conseguiam, acabavam desistindo e voltando para casa. Era realmente uma demanda muito grande”, compartilha José, que prefere ser chamado de Gaúcho.

Rotina de quem precisa sensibiliza servidores para doação de sangue regular
Servidor da portaria José Diomedes Schneider, o Gaucho (Foto: Marcos Maluf)

Doador há quase 2 anos, ele se orgulha da iniciativa e espera que mais pessoas comecem a procurar o local para realizar as coletas, agora que tem atendimento no final de semana uma vez por mês. “Vi o quanto as pessoas precisavam aqui, conhecendo as histórias, e entendi a importância desse ato. Agora também sou doador”, completou.

A luta dos familiares em campanhas comoveu a técnica de enfermagem Mariana de Oliveira, de 38 anos, que também trabalha no HRMS e declarou ao familiares que pretende ser doadora até depois da morte.

“Diariamente a gente vê a dificuldade que é conseguir doadores para os pacientes. Sou doadora de tudo que é possível! Minha família está avisada que pode enterrar apenas meus ossos, tudo que for ajudar outras pessoas pode doar”, defende Mariana.

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T écnica de enfermagem Mariana de Oliveira (Foto: Marcos Maluf)

Demanda atendida - Segundo a Erika Cristine Marrer Rosa, coordenadora do hemocentro no HRMS, o atendimento aos sábados será uma vez ao mês e vai atender a grande procura. Inclusive dos acompanhantes dos pacientes, que aproveitam a ida ao local e já doam.

“Houve grande número de servidores pedindo para a gente abrir aos sábados, as pessoas vão procurar e não encontravam. Aqui tem também os doadores que estão já no hospital acompanhando pacientes internados, mas às vezes, pelas condições, acabam não conseguindo doar porque não estão dormindo direito e comendo. Eles queriam voltar depois e não conseguiram, então o objetivo é realmente trazer a comunidade”, termina.

O próximo sábado de atendimento deve ser divulgado nos primeiros dias do mês de fevereiro, no portal do Hospital Regional e da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

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Recepção do hemocentro do Hospital Regional (Foto: Marcos Maluf)

Sangue Bom - A Hemorrede de Mato Grosso do Sul enfrenta uma baixa nos estoques, que preocupa os profissionais de saúde, principalmente com a aproximação do Carnaval, época em que as pessoas também somem e a inaptidão para doar sangue aumenta.

Para ajudar nessa situação, a campanha "Solidariedade Não Tira Férias", do Instituto Sangue Bom, reforça a importância da doação de sangue e do cadastro de novos doadores de medula óssea.

"Esse período de férias geralmente corresponde ao período que diminui de forma assustadora, realmente, até significativamente a procura pelo Hemosul, para a doação de sangue", destaca o presidente do Instituto, Carlos Alberto Rezende, conhecido como Professor Carlão.  Acompanhe as ações Instagram do instituto.

Dicas para doações

Para quem for doar sangue pela primeira vez, observe algumas dicas importantes para tornar a experiência simples e segura:

  •  É necessário ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam estar acompanhados do pai, mãe ou responsável legal, e a primeira doação deve ser até 60 anos – a partir de 61, a doação pode ser feita apenas por pessoas que já são doadores), pesar 51 kg ou mais, e estar em boas condições de saúde;
  •  Durma bem na noite anterior e faça uma refeição leve antes da doação. Evite alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem;
  •  Beba bastante água antes da doação para facilitar o processo;
  •  É essencial apresentar um documento oficial com foto;
  •  Após a doação, descanse e evite esforços físicos nas primeiras horas.

O Hemosul também reforça que doenças respiratórias deixam o doador inapto enquanto estiver doente. Homens podem doar sangue até quatro vezes ao ano com intervalo mínimo de dois meses. Mulheres podem doar até três, com intervalo mínimo de três meses.

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