Roubo ao coronel Ivan foi encomendado de dentro da Máxima
Dois meses e meio depois de o ex-deputado estadual e coronel da reserva da PM de Mato Grosso do Sul, José Ivan de Almeida, de 56 anos, denunciar à Polícia Civil ter ficado mais de 6 horas em poder de bandidos que roubaram uma camionete e R$ 7 mil, o caso foi elucidado e, conforme divulgado hoje, trata-se de mais um crime encomendado de dentro do sistema penal. Essa modalidade de crime já foi apelidada pela Polícia de disque-ladrão.
Três homens, todos jovens abaixo de 23 anos foram presos por envolvimento direto no crime. Outros três estão sendo investigados, entre eles um detento do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande, apontado como mandante do roubo. Conforme foi informado, os bandidos não sabiam que se tratava de um ex-deputado e oficial da PM. A camionete foi encontrada abandonada no dia seguinte ao roubo.
Foram apresentados à imprensa nesta manhã os três rapazes já presos, Antônio Carlos Moreira da Conceição, 23 anos, conhecido como Toninho Puxa-Bonde ou Zé Bedeu; Everson Pereira da Silva, de 23 anos; e Miguel Ederson Ferreira Gimenzes, de 20 anos, que tem dois apelidos – Paraguai ou Pará, conforme a Polícia informou.
O delegado da Defurv (Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos) responsável pelo caso, Geraldo Marinho Barbosa, informou que o primeiro a ser preso, ainda na época do crime, foi Antônio Carlos, mas por causa do roubo de outra camionete, com características semelhantes.
A partir da prisão dele, foram identificados os outros dois. Miguel foi preso no dia 30 de abril, em um ônibus de viagem, por policiais militares. Já havia um mandado de prisão expedido contra ele por causa do roubo ao Coronel Ivan. Por último, foi preso Everson, na casa dele, no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande. Os três já tem passagens policiais, por outros roubos.
Disque-ladrão O delegado explicou que os três presos tiveram participação direta no roubo. Foram eles que abordaram o ex-deputado em uma rua do Jardim Vilas Boas, em frente a um condomínio, e o levaram para um cativeiro na região de Três Barras.
Dos outros três investigados, um é o mandante do crime, o detento da Máxima,e os outros dois, conforme o delegado, tiveram participação indireta. Foram eles que agilizaram a fuga dos bandidos, por exemplo.
A ocorrência desse tipo de crime, em que presos fazem a encomenda de dentro do presídio estão se tornando cada vez mais comuns, segundo a Polícia Civil tem divulgado.
O nome do preso não foi informado. O delegado disse que o caso está sob investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais), para onde vai ser encaminhado o inquérito da Defurv sobre o caso.
Ao comentar a ocorrência desse tipo de crime, o delegado alertou às pessoas que tem camionetes, veículos com alto valor de revenda na fronteira,para que evitem, por exemplo, ficar parado do lado de fora do carro, ou ficar em locais ermos sozinhas durante a noite.