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Capital

Roubos caíram, mas assassinatos subiram durante pandemia, aponta Guarda

Crime contra o patrimônio tiveram uma redução de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. Homicídios subiram 22,5%

Geisy Garnes e Ana Paula Chuva | 07/08/2020 15:15
Equipes da Guarda Municipal em rondas pela cidade durante Operação Toque de Recolher (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo
Equipes da Guarda Municipal em rondas pela cidade durante Operação Toque de Recolher (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo

Desde março, Campo Grande convive com medidas de restrição e sanitárias, em uma tentativa de evitar o avanço da disseminação do coronavírus na cidade. O isolamento social e o aumento das patrulhas nas ruas influenciaram diretamente nos índices criminais registrados. Nesse período, os roubos tiveram uma redução de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. Homicídios, por outro lado, aumentaram 22,5%.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pela SESDES (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) de Campo Grande. O balanço compara também os meses anteriores ao decreto municipal que determinou as medidas de restrição e o período pós-pandemia.

De 1º de janeiro até o dia 20 de março de 2019 foram registrados 17 homicídios em Campo Grande e outras 40 tentativas de homicídio. Os roubos ficaram em 1.103 e os furtos 3.572. Tivemos ainda um caso de feminicídio, 1.456 de violência doméstica, sete acidentes com mortes e 129 com pessoas feridas. Além disso, 125 motoristas foram presos por embriaguez.

Neste ano, nos três primeiros meses, foram 23 assassinatos, 49 tentativas, dois feminicídios, 1.452 casos de violência doméstica e 711 lesões corporais. Os crimes patrimoniais tiveram pouca alteração. Os roubos ficam em 1.105 e os furtos em 3.630. Foram contabilizados ainda 12 acidentes com mortes, 89 com pessoas feridas e 97 casos de embriaguez ao volante.

Com a vigência do decreto, praticamente todos os índices foram reduzidos, exceto os homicídios. Do dia 21 de março até 31 de julho de 2019, foram 21 morte. No mesmo período deste ano, mesmo com as medidas de restrição, Campo Grande registrou 43 assassinatos. As tentativas de homicídios foram 57 no ano passado e 53 em 2020. Os dois anos tiveram quatro mulheres mortas durante os quase quatro meses.

De acordo com a delegada Bárbara Camargo Alves, não é possível afirmar que o aumento dos homicídios está ligado ao período de isolamento social, já que a situação é inédita e impossível de ser realmente comparada com qualquer outro período.

“O que podemos dizer é que a Polícia Civil está trabalhando incisivamente para resolver e elucidar esses casos. Nossa função como polícia investigativa é trazer o autor do crime diante a justiça. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul tem o maior índice de elucidação de homicídios do Brasil e 100% de elucidação de feminicídios, mesmo aqueles casos que não são violência doméstica”.

Ainda conforme a delegada, por outro lado, as medidas sanitárias influenciaram a redução na taxa até mesmo de crimes que preocupavam a polícia, como a violência doméstica. Enquanto no ano passado foram 2.307 denúncias – de 21 de março até 31 de julho – em 2020 foram 1.982 casos levados a polícia.

A redução também aconteceu nos crimes contra o patrimônio. De março a julho de 2019, a Capital sul-mato-grossense registrou 1.715 roubo e 5.706 furtos. Neste ano, com as restrições de circulação na cidade, os casos caíram para 995 roubos, 4.027 furtos. Uma queda de 42% e 29,4% de um ano para o outro.

Conforme divulgado pela secretaria, essa queda nos índices dos crimes contra o patrimônio tem relação direta com a intensificação das ações de segurança pública, como o patrulhamento preventivo, ostensivo e fiscalizações, nas ruas da cidade. “Além das restrições da mobilidade das pessoas, com a redução do fluxo nas vias públicas e a consequente permanência em seus imóveis, efeito do isolamento social”.

As mortes em acidentes de trânsito foram iguais nos dois anos, 18 casos. Em 2019, as colisões deixaram 220 feridos e 148 motoristas foram presos por embriaguez. Neste ano, o número de vítimas caiu para 112 e as prisões ficaram em 149.

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