Ruas são tomadas por "crateras", mas Bernal suspende tapa-buraco
Com a ideia de economizar para amenizar o déficit de R$ 30 milhões, deixado pela administração passada, o prefeito Alcides Bernal (PP) cancelou serviços menos essenciais, entre eles, a operação tapa-buracos. O problema é que a chuva que atingiu Campo Grande durante a semana fez surgir buracos surgirem nas ruas. A preocupação dos motoristas é com o risco de acidentes e com os danos materiais causados nos veículos.
Avenidas importantes e consideradas mais movimentadas da Capital, como a Ernesto Geisel e a Bandeirantes, já começam a somar buracos pequenos. Condutores precisam frear bruscamente, mudar de faixa repentinamente ou até mesmo fazer “zigue-zague” para conseguir escapar dos obstáculos.
A auxiliar administrativa Suely Silva, 45 anos, que trabalha há nove na Avenida Bandeirantes, disse que o trânsito é intenso durante todo o dia e ela sempre ouve o som de carros caindo nos buracos. “Os clientes que chegam na empresa onde eu trabalho às vezes reclamam. O pior é que estraga os carros e a pessoa tem prejuízos”, comentou.
O vendedor Reginaldo Santos, 44, trafega rotineiramente pela mesma avenida. Ele contou que já teve as rodas do carro amassadas devido às buracos. “A gente tem que tirar do próprio bolso para arrumar. Aí complica”, destacou.
Reginaldo tem a opinião dividida quanto a operação tapa-buraco. Para ele o serviço é essencial para “amenizar” o surgimento de buracos, mas o ideal seria o recapeamento de toda a via.
“O tapa-buraco ajuda por uns três meses, depois desse período é preciso refazer o serviço, ou seja, a medida paliativa é um desperdício de dinheiro público. O certo era recapear”, apontou Reginaldo.
Já o comerciante Denivaldo Rosa, 55, é a favor da suspensão do tapa-buracos. “O serviço é só para inglês ver. Para mim não passa de uma forma de lavar dinheiro, só isso que político sabe fazer”, concluiu.
As ruas do Bairro Santa Fé, por exemplo, a Piratininga e a Euclides da Cunha possuem buracos. O fato incomoda os motoristas e moradores, já que a região é repleta de bancos e comércios, onde a circulação de pessoas é maior.
O secretário municipal de Governo Paulo Pedra informou, na tarde desta quinta-feira (10), que o prefeito já assinou o cancelamento dos serviços menos essenciais, incluindo o tapa-buraco. O decreto foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial de Campo Grande. “Pedimos paciência à população até colocarmos a casa em ordem. No momento precisamos economizar e essa foi a saída. O Bernal vai dar uma posição sobre o assunto nos próximos dias”, finalizou.