Santa Casa amanhece com emergência “fechada” pelo quinto dia seguido
A restrição no atendimento tem rendido polêmica, vídeo do prefeito e confusão
Com restrição no atendimento desde a última quarta-feira (dia 2), a Santa Casa de Campo Grande entra no quinto dia de Pronto-Socorro “fechado” à demanda espontânea, ou seja somente pacientes enviados pela regulação são atendidos.
Para demais casos de urgência e emergência, a reportagem apurou que a orientação repassada à portaria nesta segunda-feira (dia 7) é que o quadro do paciente seja informado por telefone ao médicos, que avaliam a gravidade.
O hospital recebe repasse mensal de R$ 20,2 milhões da prefeitura e, num novo contrato, solicitou reajuste para R$ 23 milhões. Contudo, o poder público não aumentou o valor, sob compromisso de reduzir a demanda de atendimento em 30%.
Na semana passada, uma faixa informando superlotação e falta de vagas foi colocada no portão em frente ao hospital. O portão foi instalado em maio deste ano, para que somente pacientes regulados ou casos urgentes fossem atendidos. Com a estratégia para que o Pronto-Socorro deixasse de ser um “postão”, o nome do serviço foi alterado para “Urgência e Emergência”.
A restrição no atendimento tem rendido polêmica. No sábado, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) divulgou vídeo com apelo para a Santa Casa e anunciou que vai procurar auxílio do MPF (Ministério Público Federal) nesta segunda-feira.
“Vocês sabem que a nossa cidade passa por um dos momentos mais difíceis nos últimos anos e não estamos medindo esforços para reconstruir a nossa cidade. Só junto vamos conseguir levantar Campo Grande, é hora de se unir para superar essa crise e não há nada mais triste do que buscar socorro para um irmão nosso, para alguém que a gente ama e não encontrar”, disse Marquinhos no vídeo.
Na noite de sábado, equipe de bombeiro forçou a abertura do portão e prendeu dois funcionários por desobediência. Agora, o portão é aberto de forma manual e segue calçado com uma pedra.
Ainda no fim de semana o Campo Grande News recebeu fotos que mostram corredores desertos e macas encostadas.
Sem melhora – A Santa Casa informa que é hospital de referência para urgência e emergência, segmento que continua lotado.
Na área vermelha, destinada a pacientes graves, são seis leitos, mas são 15 pacientes, com 12 entubados e um no ambu, que recebe a ventilação de forma manual. Os pacientes foram distribuidos por três centros cirúrgicos e não há vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Para o hospital, o portão não está fechado, pois a unidade segue recebendo pacientes regulados e referenciados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Neste cenário, não informa quando chega ao fim a restrição no atendimento.