Santa Casa rompe contrato com todos os 21 médicos da equipe de cirurgia
As negociações entre o Hospital e os médicos cirurgiões tiveram início em abril; o contrato foi encerrado nesta sexta-feira
Após um mês de negociação e sem chegar a um acordo, a Santa Casa de Campo Grande rompeu, nesta sexta-feira (3), o contrato de 21 médicos que compunham a equipe de cirurgia geral da instituição. Os profissionais já foram substituídos neste sábado (4).
A equipe médica, em carta de esclarecimento, explicou que as negociações com a Santa Casa começaram no dia 2 de abril deste ano, quando foi protocolado o documento que informava a intenção de encerrar as atividades em 30 dias, caso os salários atrasados não fossem regularizados. Os médicos, autônomos, também pleiteavam o "reconhecimento vínculo empregatício".
Ainda segunda o carta, durante uma reunião com o gerente médico e membros da diretoria do hospital no dia 25 de abril, a santa Casa "deixou claro que a contratação em regime CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] era inviável e inegociável". A contra proposta apresentada pela equipe solicitava novas reivindicações como o aumento das horas trabalhadas para "compensar a falta de direitos trabalhistas de um contrato 'não-CLT'".
No fim do mês, conforme a carta, a Instituição se posicionou negando as solicitações da equipe. Próximo ao fim do primeiro prazo estipulado, os médicos que compõe a equipe de cirurgia geral decidiu prorrogar as negociações por mais 15 dias, porém a Santa Casa decidiu interromper as tratativas e encerrar o contrato.
Santa Casa
Em resposta a carta de esclarecimento da equipe médica, a Santa Casa se posicionou informando que não houve demissões justificando que os profissionais que compunham a equipe eram “autônomos”.
A instituição ainda afirmou que a decisão de encerrar o contrato não foi da Santa Casa, mas sim da própria equipe de cirurgia geral. Segundo a instituição, o primeiro documento apresentado a Santa Casa, no dia 3 de abril, informava que “que em 30 dias, a contar dessa data deste documento, as atividades do serviço geral serão encerradas”.
Questionado sobre o pedido de contratação CLT, a instituição apontou que a solicitação é inviável.
O Hospital ainda afirmou que após a reunião no dia 25 as solicitações enviadas pela equipe eram “impensáveis”. Segundo a assessoria da Instituição apontou que entre as reivindicações estava o aumento de 87% do valor da hora trabalhada que passaria de R$ 100,00 para R$ 187,00. “O Hospital afirmou que infelizmente não poderia fazer isso, porque ficamos sem opção”.
A Santa Casa ainda apontou que o encerramento do contrato não interferiu no atendimento da população, já que a equipe já foi substituída.