Santa Casa suspende cirurgias eletivas por conta de protesto dos funcionários
Manifestação dos funcionários da Santa Casa de Campo Grande, marcado para a manhã desta terça-feira (12), motivou a suspensão das cirurgias eletivas. A instituição não informou quantos procedimentos deixarão de ser realizados em função do protesto. Os trabalhadores querem pressionar o poder público a firmar contrato sólido com o maior hospital do estado.
A crise atrasou o pagamento dos salários de abril, que deveria ter sido depositado na sexta-feira. Em reunião na semana passada, o município se comprometeu a repassar R$ 8,1 milhões para a unidade, mas só entregou R$ 4,3 milhões.
Wilson Teslenco, diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora do hospital, diz que os vencimentos devem ser pagos parcialmente nessa terça, quando o valor já entregue pelo município será utilizado. O restante será entregue conforme a prefeitura cumpra com o prometido.
No início da tarde, funcionários se reuniram em assembleia para definir a forma de pressionar o poder público. Eles temem cortes caso não haja um contrato sólido, a longo prazo e com cláusulas de reajuste anual entre a unidade e o município.
A Prefeitura de Campo Grande informou que fez o repasse do valor que tinha disponível em caixa e está trabalhando para concluir o montante. O órgão afirma que a cidade, assim como o país, passa por uma crise e adotou medidas para reverter o quadro. O pagamento, diante disso, depende da entrada de novos recursos no tesouro municipal.
Risco - Para renovar o contrato, a Santa Casa pedia um repasse de R$ 4 milhões, sendo R$ 3 milhões para os procedimentos de média complexidade e R$ 1 milhão para os de alta complexidade. O município foi taxativo em continuar pagando R$ 3 milhões mensais, destinando R$ 2 milhões para os procedimentos de média complexidade e R$ 1 milhão para os de alta complexidade.
A entidade suspendeu o atendimento de média complexidade desde segunda-feira, dia 5, em razão de um impasse na renovação do contrato com a Prefeitura de Campo Grande, vencido no dia 7 de abril passado, obrigando muitos pacientes que tinham consultas agendadas há pelo menos três meses, a retornarem para casa.
Na reunião de ontem, comandada pelo presidente da Casa Junior Mochi (PMDB) e a deputada Mara Caseiro (PtdoB), presidente da Comissão de Saúde do Legislativo, o impasse estava prevalecendo. Teslenco chegou a declarar que renunciaria ao cargo se não fosse firmado um acordo para o médio prazo.
Ao final, os representantes da Santa Casa aceitaram a proposta do município, considerando o compromisso de o Governo do Estado apresentar, a partir de junho, um incremento ao repasse do município. Conforme o acordo será assinado um aditivo ao contrato vencido e o hospital vai receber R$ 2,5 milhões para o atendimento de média complexidade e mais R$ 500 mil para alta complexidade, retroativo a 7 de abril.