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Capital

Funcionários da Santa Casa temem cortes e pressionam por contrato sólido

Ricardo Campos Jr. | 08/05/2015 14:52
Teslenco expôs situação aos funcionários da Santa Casa nesta sexta (Foto: Fernando Antunes)
Teslenco expôs situação aos funcionários da Santa Casa nesta sexta (Foto: Fernando Antunes)

Diante da possibilidade de cortes de pessoal, funcionários da Santa Casa de Campo Grande irão pressionar a prefeitura a formular contrato que atenda às necessidades econômicas do maior hospital do estado. O impasse colocou em segundo plano as negociações por reajuste, que deveriam ter começado no mês passado e estão adiadas por tempo indeterminado.

Em reunião nesta sexta-feira (9), O diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora da Santa Casa, Wilson Teslenco, expôs a situação aos trabalhadores. Ele falou que o acordo feito ontem é paliativo.

“Nós assinamos para não passarmos como intransigentes, mas o acordo não serve para absolutamente nada. Solução que vai até o dia 31 de maio não é solução”, reclamou.

O presidente do Siems (Sindicato dos Profissionais em Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Antônio Santana, diz que a categoria vai se mobilizar junto com outros sindicatos para fazer um “apitaço” no próximo dia 12, em frente à prefeitura, em forma de protesto.

“Existe um déficit na enfermagem da Santa Casa é de mais de 300 profissionais, mas a partir do momento em que o hospital não tem recursos e tem que fechar uma ala, vai acabar tendo que demitir funcionários por falta de recursos. A nossa preocupação é essa. Fechou o ambulatório por alguns dias e nós nos estamos receosos que fechem algumas enfermarias”, afirma.

A preocupação é sentida ainda em funcionários de outros setores. “Nós trabalhamos na dúvida se vai dar certo esse impasse. Estamos com um pé atrás. Os cortes preocupam muito, trabalhamos sem saber o amanhã”, diz o auxiliar de escritório Carlos Alberto da Silva Attaff, 26 anos.

“Estamos apreensivos. A maioria dos funcionários tem família e a insegurança é grande”, afirma o técnico de faturamento Ademir Amorim de Menezes, 39 anos.

Saúde em risco - Para renovar o contrato, a Santa Casa pedia um repasse de R$ 4 milhões, sendo R$ 3 milhões para os procedimentos de média complexidade e R$ 1 milhão para os de alta complexidade. O município foi taxativo em continuar pagando R$ 3 milhões mensais, destinando R$ 2 milhões para os procedimentos de média complexidade e R$ 1 milhão para os de alta complexidade.

A entidade suspendeu o atendimento de média complexidade desde segunda-feira, dia 5, em razão de um impasse na renovação do contrato com a Prefeitura de Campo Grande, vencido no dia 7 de abril passado, obrigando muitos pacientes que tinham consultas agendadas há pelo menos três meses, a retornarem para casa.

Na reunião de ontem, comandada pelo presidente da Casa Junior Mochi (PMDB) e a deputada Mara Caseiro (PtdoB), presidente da Comissão de Saúde do Legislativo, o impasse estava prevalecendo. Teslenco chegou a declarar que renunciaria ao cargo se não fosse firmado um acordo para o médio prazo.

Ao final, os representantes da Santa Casa aceitaram a proposta do município, considerando o compromisso de o Governo do Estado apresentar, a partir de junho, um incremento ao repasse do município. Conforme o acordo será assinado um aditivo ao contrato vencido e o hospital vai receber R$ 2,5 milhões para o atendimento de média complexidade e mais R$ 500 mil para alta complexidade, retroativo a 7 de abril.

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