ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SÁBADO  29    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Santa Casa vai à delegacia e diz que 70 pacientes têm riscos de sequela e morte

Eles aguardam cirurgias urgentes que não podem ser feitas diante do colapso que o hospital alega enfrentar

Por Cassia Modena | 26/03/2025 12:34
Santa Casa vai à delegacia e diz que 70 pacientes têm riscos de sequela e morte
Pacientes, alguns enfaixados, internados na Santa Casa (Foto: Divulgação/Assessoria de imprensa)

A diretora clínica da Santa Casa de Campo Grande, Izabela Guimarães, e o chefe do setor de ortopedia, João Antônio Pereira Mateus, registraram boletim de ocorrência nesta manhã (26) denunciando a situação caótica em que se encontra a ortopedia e outros setores do hospital. A situação foi levada à polícia por desespero, segundo o registro.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A Santa Casa de Campo Grande registrou um boletim de ocorrência denunciando a situação caótica na ortopedia, com 70 pacientes em risco de sequelas ou morte por falta de materiais. A diretora clínica e o chefe da ortopedia apontaram a insuficiência de verbas da Prefeitura como causa do colapso. A Santa Casa cobra R$ 46 milhões em verbas públicas, e um juiz determinou o depósito em 48 horas. A Secretaria de Saúde reconheceu a falta de leitos na cidade.

"Fechou a porta da ortopedia hoje cedo", eles disseram à polícia. Mostraram também uma lista com o nome de 70 pacientes internados no setor que precisam de cirurgias urgentes, podendo ficar com sequelas ou morrer por falta de próteses e outros materiais.

A Prefeitura de Campo Grande é citada quando os denunciantes explicam o motivo do colapso.

"O gestor pleno da Saúde é o Município e a verba que deve ser paga ao hospital é insuficiente para o custeio das despesas mensais de acordo com as informações que são repassadas pela direção da instituição aos comunicantes médicos, cujo deficit já é de conhecimento tanto do Município como dos demais órgãos: Ministério Público, CRM (Conselho Regional de Medicina, SES (Secretaria Estadual de Saúde e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde)", relata o boletim.

Pacientes não param de chegar e o setor está "totalmente desabastecido, com estoque zerado". O quadro chegou ao limite hoje, mas há semanas a quantidade de insumos não é suficiente, concluíram a diretora e o chefe da ortopedia.

Avaliação e transferência - A chefe da Sesau, Rosana Leite, afirmou à reportagem que a pasta vai avaliar a possibilidade de transferir alguns pacientes de ortopedia da Santa Casa para o Hospital do Adventista Pênfigo, que possui contrato para a atender casos de baixa e média complexidade da rede pública.

"Vamos avaliar junto ao Estado o que fazer, vamos tentar também negociar com a Santa Casa. Precisamos analisar e vamos traçar uma estratégia", afirmou.

A secretária também disse que os repasses "não são insuficientes", ao mesmo tempo em que reconheceu serem necessários mais recursos. A Sesau considera fazer um aumento.

Estamos tratando do acréscimo de mais R$ 1 milhão nos repasses e o Estado ficou de ver em quanto poderia aumentar. No total, a Santa Casa recebe aproximadamente R$ 35 milhões mensais", falou Rosana.

A titular da pasta está em Brasília (DF) nesta manhã em busca de recursos de emendas parlamentares para o SUS da Capital. Ela se reuniu com todos os deputados federais de Mato Grosso do Sul para pedir a ajuda.

Crise e R$ 46 milhões - A Santa Casa alega deficit financeiro e cobra na Justiça o bloqueio de R$ 46 milhões em verbas públicas da Prefeitura de Campo Grande, que deveriam ter sido repassadas durante a pandemia de covid-19, conforme o hospital.

O juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 3ª Vara de Fazenda Pública, determinou que o depósito do valor seja feito em 48 horas.

O que a Sesau diz - Ao Campo Grande News, a Secretaria enviou uma nota sobre o assunto. Confira na íntegra:

Quanto ao atendimento e assistência à saúde, a Secretaria Municipal de Saúde informa que está adotando medidas emergenciais para assegurar o atendimento adequado à população, inclusive ativou o Plano de Contingência adotando medidas diante do cenário atual, onde se registra aumento de atendimentos devido a doenças respiratórias e casos de baixa complexidade.

Diante da superlotação nas UPAs, que estão operando próximas da capacidade, a Sesau passou a reorganizar fluxos, ampliar os pontos de atendimento e garantir assistência eficiente, seguindo os protocolos de regulação estadual e municipal. Todos os pacientes serão encaminhados conforme a urgência do caso, visando o atendimento no local mais adequado. Assim, os pacientes com necessidades específicas da Santa Casa, como politrauma e neurocirurgia, serão mantidos no hospital. Os casos compartilhados com outras unidades serão encaminhados conforme a capacidade das outras instituições, levando em consideração a lotação.

A prioridade é assegurar a continuidade do atendimento e a segurança dos pacientes. A Sesau está em diálogo constante com a Santa Casa e outras instituições para encontrar soluções que garantam a continuidade do atendimento hospitalar. A secretaria enfatiza que não há débitos pendentes, e todos os valores de repasse estão sendo cumpridos corretamente.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias