Saúde admite falta de leite especial no SUS, mas afirma que comprará produto
Secretaria de Saúde de Campo Grande informou que abriu processo de compra urgencial para atender pacientes
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Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou na manhã desta segunda-feira (5) que leite especial de dieta de uma criança, de oito meses, não está disponível em estoque. A pasta afirma que já abriu processo de compra, com dispensa licitação, como forma de "agilizar o atendimento ao paciente".
A previsão da secretaria é que após o pedido, o processo leve em torno de 60 dias para ser concluído. "A compra é feita em uma quantidade suficiente para que possa ser feita a entrega da dieta no prazo em que estiver acontecendo o novo processo de aquisição da alimentação, este com todo o trâmite normal com a realização de licitação, que tem como tempo protocolar em torno de 180 dias."
Conforme apurado pelo Campo Grande News, o bebê com malformação precisa de lata de leite do tipo Infatrini. A mãe, a cabeleireira Gisele de Souza, 31, fez a requisição no SUS (Sistema Único de Saúde) para adquirir o alimento.
O produto custa cerca de R$ 1,4 mil por mês, já que são dez latas de R$ 140 cada. O paciente nasceu com microcefalia e paralisia global e há quatro meses, está traqueostomizado - ou seja, passou por uma cirurgia em que foi aberta a traqueia para que pudesse respirar.
O procedimento foi necessário porque em janeiro ele teve influenza H3N2 e chegou a ficar 85 dias intubado. Ele é uma das 36 crianças cujos pais, entre janeiro e agosto deste ano, recorreram à Justiça para conseguir o alimento especial, por meio da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.
No mesmo período, 33 adultos e 66 idosos também procuraram a defensoria e fizeram o mesmo pedido, em função de doenças ou deficiências variadas. No caso do bebê da Gisele, a Justiça determinou o fornecimento pela rede pública, mas o CEM (Centro de Especialidades Médicas) não tem o produto para fornecer, segundo a mãe.
Alimentação especial - A coordenadora do NAS (Núcleo de Atenção à Saúde), defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz, explica que quando uma pessoa tem a necessidade de uma alimentação especial com a suplementação ou tem alguma doença que a impede de se alimentar de forma convencional, ela pode buscar ajuda da Defensoria Pública.
O Núcleo da Atenção à Saúde fica na Rua Antônio Maria Coelho, 1668. Também é possível agendar atendimento pelo site, clicando aqui.