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Capital

Saúde admite falta de leite especial no SUS, mas afirma que comprará produto

Secretaria de Saúde de Campo Grande informou que abriu processo de compra urgencial para atender pacientes

Guilherme Correia | 05/09/2022 12:10
Lata de leite que está em falta na rede pública; bebê de oito meses com microcefalia e paralisia global é um dos pacientes que precisa do alimento. (Foto: Reprodução)
Lata de leite que está em falta na rede pública; bebê de oito meses com microcefalia e paralisia global é um dos pacientes que precisa do alimento. (Foto: Reprodução)

Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou na manhã desta segunda-feira (5) que leite especial de dieta de uma criança, de oito meses, não está  disponível em estoque. A pasta afirma que já abriu processo de compra, com dispensa licitação, como forma de "agilizar o atendimento ao paciente".

A previsão da secretaria é que após o pedido, o processo leve em torno de 60 dias para ser concluído. "A compra é feita em uma quantidade suficiente para que possa ser feita a entrega da dieta no prazo em que estiver acontecendo o novo processo de aquisição da alimentação, este com todo o trâmite normal com a realização de licitação, que tem como tempo protocolar em torno de 180 dias."

Conforme apurado pelo Campo Grande News, o bebê com malformação precisa de lata de leite do tipo Infatrini. A mãe, a cabeleireira Gisele de Souza, 31, fez a requisição no SUS (Sistema Único de Saúde) para adquirir o alimento.

O produto custa cerca de R$ 1,4 mil por mês, já que são dez latas de R$ 140 cada. O paciente nasceu com microcefalia e paralisia global e há quatro meses, está traqueostomizado - ou seja, passou por uma cirurgia em que foi aberta a traqueia para que pudesse respirar.

O procedimento foi necessário porque em janeiro ele teve influenza H3N2 e chegou a ficar 85 dias intubado. Ele é uma das 36 crianças cujos pais, entre janeiro e agosto deste ano, recorreram à Justiça para conseguir o alimento especial, por meio da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

No mesmo período, 33 adultos e 66 idosos também procuraram a defensoria e fizeram o mesmo pedido, em função de doenças ou deficiências variadas. No caso do bebê da Gisele, a Justiça  determinou o fornecimento pela rede pública, mas o CEM (Centro de Especialidades Médicas) não tem o produto para fornecer, segundo a mãe.

Bebê, de oito meses de idade, precisa do alimento especial para tratamento. (Foto: Direto das Ruas)
Bebê, de oito meses de idade, precisa do alimento especial para tratamento. (Foto: Direto das Ruas)

Alimentação especial - A coordenadora do NAS (Núcleo de Atenção à Saúde), defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz, explica que quando uma pessoa tem a necessidade de uma alimentação especial com a suplementação ou tem alguma doença que a impede de se alimentar de forma convencional, ela pode buscar ajuda da Defensoria Pública.

O Núcleo da Atenção à Saúde fica na Rua Antônio Maria Coelho, 1668. Também é possível agendar atendimento pelo site, clicando aqui.

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