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Capital

Scaff voltou à prisão por ameaçar testemunhas e combinar depoimentos

Procurador da Câmara Municipal foi preso hoje, pela terceira vez neste ano

Anahi Zurutuza | 08/10/2016 12:20
Procurador quando prestou depoimento em maio, na primeira fase da Operação Midas, do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Procurador quando prestou depoimento em maio, na primeira fase da Operação Midas, do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O procurador da Câmara Municipal, André Luiz Scaff, fez ameaças a pessoas que testemunhariam contra ele em decorrência da Operação Midas e combinou versões com outros investigados, alega o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Scaff voltou à prisão na manhã deste sábado (8), pela terceira vez neste ano.

Segundo a coordenadora do Gaeco, a promotora Cristiane Mourão, durante a segunda fase da Operação Midas, que culminou na prisão de Scaff no dia 18 de setembro, investigadores descobriram que desde que teve sua prisão preventiva revogada, em 20 de setembro, o procurador “passou a agir no intuito claro de prejudicar as investigações”.

Ele tentou influenciar “na colheita de prova, inclusive com ameaça a outros investigados e acerto de versões”, completou a promotora.

Foi por isso que o Gaeco pediu a recondução de Scaff para um presídio e a Justiça determinou a volta dele para o cárcere.

Prisão – O procurador chegou por volta das 11h ao Centro de Triagem de Campo Grande e ocupa a cela 17, que já foi recebeu presos “famosos”, como o ex-prefeito Gilmar Antunes Olarte. O procurador Carlos Alberto Zeolla e o ex-secretário de Obras de Mato Grosso do Sul, Edson Giroto, também já se “hospedaram” na cela especial.

Esta é a terceira vez que ele vai preso. A segunda foi na manhã do dia 18 de setembro, o procurador e a mulher dele, Karine Ribeiro Mauro Scaff, foram presos, no início da manhã de terça-feira (18).

Os dois são investigados na Operação Midas, que apura os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.
Scaff é suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões, para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a prefeitura, no período em que foi secretário de finanças, na gestão Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.

A primeira etapa da operação foi realizada em maio deste ano, quando Scaff prestou depoimento ao Gaeco na Depac (Delegacia de Pronto Atedimento Comunitário) do Centro. Informações apuradas pelo Campo Grande News na época indicavam que a evolução patrimonial dele nos últimos 12 anos estava sendo investigada.

Depois de saber da investigação contra ele, André Luiz Scaff, procurador da Câmara Municipal de Campo Grande, tentou interferir “efetivamente” na condução da apuração, segundo o Gaeco.

Em um diálogo, flagrado por meio de interceptações telefônicas, o procurador mencionou “de forma depreciadora” que os promotores seriam “molecada” e que não teriam conhecimento de seu “tamanho”.

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