Secretário de Saúde pede paciência aos médicos e diz que Santa Casa não para
O secretário municipal de Saúde de Campo Grande, Jamal Salem pede paciência aos médicos da Capital para evitar a greve e diz que a Santa Casa não vai parar o atendimento, porque “deve prevalecer o diálogo”. As declarações foram feitas nesta manhã, em entrevista ao programa Tribuna Livre, da Rádio Capital.
Jamal explicou que a Prefeitura busca uma solução definitiva na relação com a Santa Casa de Campo Grande. Por isso, a proposta é fazer um contrato de 60 dias com repasse de R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões para atendimento de média complexidade e R$ 1 milhão para alta complexidade. A direção da instituição quer R$ 4 milhões mensais durante dois anos e alega estar com déficit de R$ 1 milhão mensal na média complexidade.
Wilson Teslenco, diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade gestora da Santa Casa, disse ontem que a proposta da Prefeitura não é suficiente e que o prazo de 30 dias do contrato não ofereceria segurança à entidade. Jamal defendeu os R$ 3 milhões para 60 dias. Neste período uma comissão criada pela Secretaria faria o acompanhamento dos atendimentos realizados.
Para o secretário, a Prefeitura quer saber como está sendo aplicado o recurso. “Queremos identificar com maior transparência, até para poder melhorar a proposta. Isso não significa desconfiança da administração, de forma alguma”, afirmou o secretário. Segundo Jamal, o Estado também tem que melhorar o repasse, considerando o alto índice de atendimento de pacientes de municípios do interior.
Conforme Jamal, o Ministério da Saúde já teria cobrado da Secretaria o fato de fazer repasse à Santa Casa sem saber onde estaria sendo gasto o recurso. “Não acredito que vá haver paralisação no atendimento. O diálogo deve prevalecer e vamos tentar evitar que o serviço pare”, garantiu.
Greve dos médicos – Jamal, que também é médico, pediu paciência aos colegas alegando que o momento é de crise econômica no país e isso refletiu na queda da receita do município, obrigando o prefeito Gilmar Olarte a tomar uma “medida heroica” para evitar atraso nos salários dos servidores. “O momento é passageiro e em dois a três estará tudo resolvido”, declarou.
Ele disse ainda que a questão do corte nas gratificações e na produtividade está sendo analisada para voltar a normalidade o mais breve possível. A Prefeitura já estaria encaminhando a Câmara Municipal um projeto revendo alguns pontos na tabela de referência de gratificações dos profissionais. “Acredito que não vai haver greve dos médicos. A população pode ficar tranquila que o atendimento nas unidades de pronto atendimento continuam normal”, afirmou.