Secretário de Saúde se reúne com hospitais e promete retomar diálogo
Uma reunião entre o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Jamal Salém (PR), e representantes de hospitais de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (19), indica um “novo momento” para a Saúde da cidade. Entre os responsáveis pelas unidades de saúde, o sentimento ainda é de indignação em relação à falta de diálogo com o prefeito cassado Alcides Bernal (PP), mas há a esperança de uma realidade diferente dos últimos meses.
Além de Jamal, estiveram presentes representantes da Santa Casa, Hospital Universitário, Maternidade Cândido Mariano, Hospital do Câncer, Hospital São Julião, Conselho Municipal da Saúde e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Com discurso de administrar a pasta com harmonia e paz, Jamal garantiu aos hospitais a celeridade em liberação de recursos federais, uma das maiores reclamações de unidades como a Santa Casa e a maternidade Cândido Mariano.
“Assim que os recursos chegarem, vamos repassá-los para os hospitais no menor tempo possível. Antes eles ficavam retidos e ocorreu o absurdo de a maternidade esperar 7 meses por uma verba, por exemplo. Vamos ter um bom relacionamento com os hospitais e tirar a saúde do cemitério onde ela está hoje”, diz Jamal.
O presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, não poupou críticas à administração de Alcides Bernal (PP) que nunca se reuniu com a Santa Casa. “Nós tentamos essa conversa durante 1 ano e meio, mas não conseguimos. Os hospitais se reuniram, mas havia ruído nas conversas e não chegamos a nenhum resultado. Tivemos que apelar para o Ministério Público para a presença do secretário Ivandro, agora acreditamos que será diferente”, explica Teslenco.
Jamal afirmou ainda que as verbas estaduais e municipais destinadas aos hospitais e que seguem retidas no Fundo Municipal de Saúde estão passando por um levantamento e um balanço deve ser divulgado em breve. O que se sabe até agora é que só a Santa Casa tem pelo menos R$ 10,7 milhões retidos pela Prefeitura.
O secretário prometeu que nesta semana uma conversa entre o prefeito Gilmar Olarte (PP) e os diretores dos hospitais será agendada.
Médicos e remédios – Após admitir nos últimos dias que o atendimento de emergência nas unidade de saúde da Capital têm um déficit de 90 profissionais, o secretário afirmou hoje (19) que pelo menos 80 médicos e outros 200 profissionais da área começarão a atender nos próximos dias.
Segundo Jamal, alguns profissionais, aprovados em concursos, começaram a ser chamados hoje e devem começar a trabalhar “o mais rápido possível”, afirmou o chefe da Saúde na Capital.
Para atrair profissionais para as emergências, Jamal pretende criar um plano de cargos e carreiras e assim aumentar os rendimentos dos médicos.
A falta de medicamentos em alguns postos de saúde da Capital também foi admitida pelo secretário. E, segundo ele, levantamentos estão sendo feitos para saber quais remédios faltam e como serão adquiridos. Em um encontro com o governador André Puccinelli (PMDB), ontem (18), houve o compromisso de uma liberação de R$ 500 mil à Capital para compra de remédios.