Secretários discutem como fechar fronteira e estancar renda de facções
O secretário estadual da Justiça e Segurança Público, José Carlos Barbosa, se reuniu na manhã desta quinta-feira (26) com os responsáveis pela segurança dos estados vizinhos de Mato Grosso, Rogers Elizandro Jarbas, e Paraná, Wagner Mesquita, para traçar metas conjuntas de atuação contra o crime organizado.
No encontro, realizado na sede da Academia da Polícia Civil, no Parque dos Poderes, Barbosa visou métodos de combater as principais fontes de renda das facções, contrabando, tráfico de drogas e roubo e explosão de caixas eletrônicos.
A ideia exposta na reunião é de integrar sistemas, agilizar as comunicações entre as polícias e organizar operações conjuntas nas áreas de divisa e fronteira, principalmente com Paraguai e Bolívia. "É um momento de crise. E como tal é preciso que os Estados se organizem para juntar suas forças", disse Barbosa.
Segundo o secretário, o mote principal do grupo será o de cobrar uma maior participação do Governo Federal na segurança da fronteira. "É uma unanimidade que o Brasil abriu suas fronteiras, relegou aos estados a responsabilidade da segurança. E não há como combater o crime organizado sem reforçar a fronteira. Temos muitos aspectos culturais positivos com os vizinhos, mas há o lado negativo, da entrada de drogas e armas", disse Barbosa.
De acordo com o chefe da pasta, Mato Grosso do Sul tem hoje cerca de 7,5 mil presos por tráfico, número 394% maior que em 2006. "O Brasil não produz maconha em grande escala, coceira. Tráfico é um crime transnacional. E seus preços custam R$ 126 milhões por ano ao Estado. O governo federal tem que arcar com esse gasto. Precisamos de mais recurso e menos discurso", disse Barbosa. O secretário disse que próximos encontros deverão ocorrer mensalmente, em locais ainda a serem definidos.
Os três estados, que querem criar um subcomitê próprio dentro do Plano Nacional da Segurança Pública, quer encaminhar ainda nesta semana um pedido para reforço imediato da segurança na fronteira pelas Forças Armadas.
A questão foi tratada com o presidente Michel Temer (PMDB) recentemente e a promessa era de que o efetivo armado seria encaminhado até o final do ano.
Barrar a entrada de drogas e armas é apontado pelo Plano Nacional da Segurança Pública como uma forma de enfraquecer as facções criminosas e encerrar a série de rebeliões nos presídios brasileiros que já deixou mais de 130 pessoas mortas desde o início do ano. O Estado teve quatro vítimas fatais em suas penitenciárias.