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Capital

SED cria comissão para acompanhar reestruturação da educação especial

Nyelder Rodrigues e Christiane Reis | 12/01/2017 19:28
Documento de define comissão e reestruturação é assinado pela secretária de Educação, Maria Cecília (Foto: Alcides Neto)
Documento de define comissão e reestruturação é assinado pela secretária de Educação, Maria Cecília (Foto: Alcides Neto)

Foi formalizado nesta quinta-feira (12) pela SED (Secretaria de Estado de Educação) uma comissão formada por 15 pessoas que vão acompanhar todo o processo de reestruturação da educação especial para deficientes auditivos. A medida deve resultar na criação de uma escola bilíngue até 2018, que será aberta à comunidade em geral.

Até ano passado, a educação de crianças do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e com deficiência auditiva em Campo Grande era feita pela Ceada (Centro Estadual de Atendimento da Audiocomunicação). Porém, o local foi desativado e vai abrigar, a partir de agora, o CAEE (Centro de Atendimento Educacional Especializado).

O local atendia 38 pessoas, sendo 12 delas alunos do 1º ao 5º ano - outros apenas buscavam auxílio no ensino -, segundo a coordenadora de Políticas da Educação Especial da SED, Adriana Buytendorp. Com a mudança, os estudantes serão realocados em escolas regulares, mas seguirão contando com atendimento especial, além do apoio da Caee.

"É um avanço na educação das pessoas com deficiência auditiva, com o compromisso de acompanhar esses alunos. A comissão vai seguir todo o processo de reestruturação, como vai ser a inclusão desses alunos. Discutimos tudo isso ontem, além de como será a participação de cada um da comissão nisso", comenta a chefe da SED, Maria Cecília Amêndola.

O CAEE oferecerá uma educação complementar aos alunos de escolas da rede estadual e municipal, na Língua Portuguesa, Matemática e Libras (Língua brasileira de sinais), que usa de sinais para se comunicar.

Conforme a coordenadora Adriana, Mato Grosso do Sul conta atualmente com 500 alunos com deficiência auditiva - que não significa necessariamente que eles sejam surdos. Hoje, em Campo Grande, a rede estadual tem 77 alunos que se enquadram nessa situação.

Comissão vai acompanhar reestruturação da educação especial (Foto: Alcides Neto)
Comissão vai acompanhar reestruturação da educação especial (Foto: Alcides Neto)

Protestos - A reestruturação foi alvo de protestos de familiares dos alunos do Ceada, descontentes com o fechamento do local. Entretanto, a proposta de criação de uma escola bilíngue atenuou e de uma comissão para acompanhar a reestruturação satisfez algumas delas.

"Ainda não está perfeito, gostávamos muito do trabalho era era feito no Ceada, mas ficamos satisfeitos com a proposta da escola bilíngue", explica Adriano de Oliveira Gianotto, representante do movimento dos surdos no Estado e também membro da comissão que vai acompanhar o processo.

Adriano, que também é ex-aluno e ex-professor do Ceada, conta que existe uma preocupação em atender parte das famílias que não gostaram da mudança. "Vamos tentar conversar para contar quais serão os principais benefícios dessa escola bilíngue para as crianças", afirma.

Além de Gianotto, a comissão terá a participação da secretária Maria Cecília Amêndola, do presidente da Fetems, Roberto Botareli, do presidente da ACP, Lucílio Nobre, do deputado estadual Pedro Kemp (PT), pais de alunos e pesquisadores, entre outros. A lista completa deve ser divulgada em breve no DOE-MS (Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul).

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