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Capital

Familiares e alunos vão à governadoria por reestruturação no ensino para surdos

Richelieu de Carlo e Marcus Moura | 12/01/2017 10:42
Pais e alunos fizeram protesto em frente ao Ceada na manhã desta quinta-feira. (Foto: Fernando Antunes)
Pais e alunos fizeram protesto em frente ao Ceada na manhã desta quinta-feira. (Foto: Fernando Antunes)

Pais, alunos e educadores fizeram protesto em frente ao Ceada (Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação) na manhã desta quinta-feira (12), em Campo Grande. Os manifestantes farão carreata até a governadoria para protocolar um documento com propostas de melhorias para a instituição e no sistema de ensino para deficientes auditivos.

No documento, surdos e seus familiares reforçam a importância da manutenção da escolaridade nos anos iniciais do ensino fundamental por ser uma fase decisiva para a “aprendizagem escolar ao longo da vida”. Eles defendem a implantação de uma educação bilíngue, das línguas Portuguesa e Brasileira de Sinais, nesse período.

A professora e pesquisadora de educação especial Mariuza Guimarães diz que é importante atrair a atenção dos chefes de governo para a causa e que qualquer mudança no Ceada seria um retrocesso. “Vamos caminhar até a governadoria para protocolar o documento com propostas de melhorais e funcionamento do Ceada. É preciso oferecer um acompanhamento continuado digno às crianças e adolescentes deficientes auditivos”.

Os manifestantes pedem que o ensino bilíngue seja implanta desde o ensino nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) e são contra a transformação dos Ceada em um centro de apoio, com o fechamento da entidade para as aulas de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) acompanhou o protesto e disse ser a favor do movimento por serem pais preocupados com a escolarização de seus filhos. Ele defende as mudanças no Ceada e diz que a reestruturação do ensino para deficientes auditivos pode ser demorada.

“Criar uma escola bilíngue é complicado e leva tempo. O Ceada agora vai funcionar como um centro de apoio. A criança vai para a escola regular e, no período da tarde, ela vem para o Ceada fazer reforço”, relata Kemp.

Ele também afirmou que já ocorre diálogo com SED (Secretaria Estadual de Educação) e se comprometeu a conversar com a Semed (Secretaria Municipal de Educação) sobre a reestruturação das escolas a partir dos Ceinfs.

Professora e pesquisadora de educação especial, Mariuza Guimarães. (Foto: Fernando Antunes)
Professora e pesquisadora de educação especial, Mariuza Guimarães. (Foto: Fernando Antunes)
Deputado estadual Pedro Kemp em frente ao Ceada. (Foto: Fernando Antunes)
Deputado estadual Pedro Kemp em frente ao Ceada. (Foto: Fernando Antunes)

Mudança – A SED (Secretaria de Estado de Educação) informou que a partir deste ano o local vai atuar apenas na formação, assessoramento, orientação e acompanhamento dos professores do ensino comum, instrutores mediadores modalidade oral, guias intérpretes que atuam com os estudantes com deficiência auditiva e com surdo/cegueira em Mato Grosso do Sul.

Segundo a SED, com a alteração, o Ceada também vai oferecer atendimentos de fonoaudiologia, terapia ocupacional, exames de audiometria e Atendimento Educacional Especializado.

O governo garante que os alunos transferidos receberão apoio de instrutor mediador, uma vez que ainda não são fluentes na Língua Brasileira de Sinais (Libras), e também o Atendimento Educacional Especializado em Libras, como primeira língua (L1), em Língua Portuguesa na modalidade escrita (L2) e Matemática.

A secretaria conta, ainda, com a atuação do CAS (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez), voltado também para a formação, assessoramento, orientação e acompanhamento de professores.

O CAS tem como objetivo prever e prover apoio no contexto escolar, dispondo de 261 profissionais especializados na área da surdez, e também, atende anualmente por meio dos cursos de Libras cerca de 780 cursistas, visando a difusão e fortalecimento de uma sociedade bilíngue.

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