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Capital

No centro ou pelos bairros, terrenos cheios de mato são problema

Paula Vitorino | 24/01/2012 14:42

Reportagem percorreu os bairros São Francisco, Vila Nasser e União para mostrar os terrenos que são problemas.

Moradora precisou passar pela rua para desviar do mato. (Fotos: João Garrigó)
Moradora precisou passar pela rua para desviar do mato. (Fotos: João Garrigó)
Terreno abandonado no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Amazonas.
Terreno abandonado no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Amazonas.

Terrenos abandonados, cheios de mato, são esconderijos perfeitos para animais peçonhentos, mosquitos e até bandidos. Mas apesar dos diversos problemas, que já são velhos conhecidos da população, não é difícil encontrar terrenos nesse estado por toda a Capital.

No bairro São Francisco, no cruzamento das ruas Amazonas e Rui Barbosa, dois terrenos abandonados tomam conta das esquinas. No maior deles, o mato está alto e não existe calçadas.

A diarista Isabel Lemos Cardoso, de 49 anos, precisou desviar o trajeto pela rua para não passar em meio ao mato. “Tive que desviar, é o jeito. Para quem passa à noite deve ser um perigo a mais”, frisa.

Os moradores da região afirmam que é comum ver “malandros” saírem de dentro do mato. “A gente vê malandro saindo de dentro, principalmente, de manhãzinha, acho que dormem aí dentro”, diz a moradora Keila Fernanda Leona, de 28 anos.

Ela também reclama que é comum aparecerem escorpiões nas casas vizinhas. A cabeleireira Akemi Oshiro, de 55 anos, diz que além dos animais peçonhentos, o medo é em relação a proliferação de mosquitos da dengue e leishmaniose, principalmente, na época de chuvas.

“Tem muito pernilongo na minha casa”, diz. Ela ainda ressalta que são vários os terrenos vazios na região. “É o que mais tem aqui”, diz.

Mato toma conta de ponto de ônibus na Vila Nasser.
Mato toma conta de ponto de ônibus na Vila Nasser.

Ônibus - A grande quantidade de lotes abandonados também é uma realidade e um problema para os moradores dos bairros Vila Nasser e União.

Na Nasser, o mato dos terrenos atrapalha quem precisa pegar ônibus e mora aos arredores de escolas. O morador Reginaldo Nogueira, de 33 anos, mora em frente a um terreno que está abandonado há pelo menos 2 anos.

“Vive com mato. Já plantaram milho e mandioca, mas só o que tem agora é o mato seco”, diz. A área fica na rua Antônio Moraes Ribeiro, que ainda conta com outros terrenos abandonados no em torno das ruas São Lucas e São Matheus.

Ainda na mesma rua, mas no cruzamento com a Fernão de Magalhães, o mato toma conta de um terreno onde fica um ponto de ônibus. Quem precisa usar o transporte coletivo, é obrigado a esperar o ônibus em meio a terra e mato.

“Tá sempre cheio de mato. Dá medo até de passar perto durante o dia, imagino à noite”, diz a moradora Janaina Gonçalves, de 18 anos, com a filha de 4 meses de idade.

Ela conta que em dias de chuva não tem como ficar na “calçada” e o jeito é esperar o ônibus na rua. “A enxurrada toma conta, vira uma lama que ninguém consegue pisar”, diz.

A aposentada Rosa Mathias, de 79 anos, sofre sem um local adequado para esperar o transporte. “Não tem onde sentar e minha perna dói se fico muito em pé”, diz, se apoiando em uma bengala.

Vizinho do terreno, o músico Walmor Braga, de 21 anos, conta que o jeito é os próprios moradores ao redor limparem o terreno, quando podem. Ele afirma que até lagarto já saiu do meio do mato.

“A gente limpa no canto do muro pra não deixar o mato entrar na nossa casa e a passagem do ônibus também, mas o dono mesmo não limpa nada”, diz.

Bairro - No bairro União 2, são vários os terrenos abandonados e com mato alto. O leito do Campo Grande News Luciano Petiz reclama de dois terrenos, um do lado do outro, que estão abandonados na rua Osvaldo Pereira Soares, ao lado do número 178.

“O mato está muito alto e estão jogando lixo no terreno. O proprietário nunca deu sinal de vida para limpar os terrenos”, diz.

Denunciar - Segundo a legislação municipal, a responsabilidade pela limpeza e conservação de terrenos particulares compete ao proprietário.

A legislação estabelece que os proprietários dos imóveis são responsáveis, ainda, pela construção de calçadas e por mantê-las em perfeito estado de conservação. Os terrenos devem ser mantidos limpos, capinados, drenados e calçados.

O proprietário que descumprir a exigência pode ser notificado, recebendo o prazo de 30 dias para regularizar a situação. Se mesmo assim o terreno não for limpo, o proprietário pode receber multa que varia de R$ 1.542 a R$ 6.170 mil.

Em 2011, foram aplicadas 21.741 notificações a proprietários de terrenos particulares. A população pode denunciar para a Prefeitura Municipal terrenos que estejam abandonados por meio do telefone: 3314-3151.

Terreno na rua Antônio Moraes, Vila Nasser.
Terreno na rua Antônio Moraes, Vila Nasser.
Terreno na rua Osvaldo Pereira Soares, bairro União 2.
Terreno na rua Osvaldo Pereira Soares, bairro União 2.
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