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Capital

Sem avanços, policiais fazem manifestação e exigem 6º melhor salário do país

Agentes pedem que deputados criem uma comissão para mediar negociações com Governo do Estado

Por Natália Olliver e Fernanda Palheta | 29/08/2024 10:11
Policiais civis durante manefestação em frente à Assembleia nesta quinta-feira (Foto: Marcos Maluf)
Policiais civis durante manefestação em frente à Assembleia nesta quinta-feira (Foto: Marcos Maluf)

Com cartazes e megafone, policiais civis de Mato Grosso do Sul foram até a Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (29), para cobrar reajuste salarial aos agentes e peritos oficiais, acordado em 2016. O assunto está sendo discutido com o governo desde o ano passado, mas a gestão estadual já sinalizou que não conseguirá cumprir com o acordo feito à época.

Os agentes pediram aos deputados para que seja criada uma comissão para mediar as negociações. O objetivo é alcançar o 6º melhor salário do país. Além de Campo Grande, profissionais de Nova Andradina, Fátima do Sul, Aquidauana, Corumbá e Três Lagoas marcaram presença no ato.

O Sinpof-MS (Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul) e Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis) lideraram a manifestação. Apesar de estarem na mesma área e terem exigências comuns, os profissionais também pedem valores salariais diferentes. Os peritos oficiais querem 69% de reajuste, já os policiais civis, 18%. A porcentagem pode mudar caso o governo aplique a contraproposta feita aos servidores no dia 20 de agosto.

Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS) (Foto: Marcos Maluf)
Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS) (Foto: Marcos Maluf)

De acordo com o presidente do Sinpof, Francisco Orlando Franco Tomaz de Almeida, a ideia do governo é incorporar o auxílio alimentação ao salário. O que faria aumentar o valor pago, já que o montante seria atribuído à folha.

Entretanto, Francisco aponta como uma forma de enganar os agentes, pois os descontos passariam a ser computados. “Hoje é uma verba indenizatória, não tem desconto de imposto, a partir do momento que incorporar vai descontar. É dar com uma mão e tirar com a outra”.

O contraponto é que, embora seja desvantagem para os profissionais em exercício, a incorporação é benéfica para os aposentados. “Estamos aqui para demonstrar o grau de indignação. Aqui em Mato Grosso do Sul tem 370 peritos oficiais ativos".

Além do reajuste, os profissionais pedem a melhora no valor oferecido no auxílio saúde, nos mesmos percentuais fornecidos aos delegados, R$2 mil, alteração do valor do auxílio alimentação para R$ 800, concursos públicos: sendo 50 vagas para peritos criminais e 100 para médicos legistas, e por fim, cargos comissionados.

Alexandre Barbosa coordenou ato na manhã desta quinta-feira (Foto: Marcos Maluf)
Alexandre Barbosa coordenou ato na manhã desta quinta-feira (Foto: Marcos Maluf)

“Nossa manifestação é porque não conseguimos progredir em nada na negociação salarial com o governo. Hoje o salário dos peritos oficiais em Mato Grosso do Sul é o 3º pior do Brasil", afirma.

Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol, acrescenta que o salário dos policiais civis é o 18º pior do Brasil e que pode ficar ainda pior após negociações dos Estados com os profissionais. A expectativa é de que caia para 21ª posição. “É um absurdo e muito contraditório, pois pesquisas apontam que a polícia de Mato Grosso do Sul está entre as duas melhores do país e o governo não quer avançar”.

Francisco Orlando Franco Tomaz, presidente do Sinpof-MS (Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul) (Foto: Marcos Maluf)
Francisco Orlando Franco Tomaz, presidente do Sinpof-MS (Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul) (Foto: Marcos Maluf)

Segundo ele, a justificativa do governo para o não cumprimento da promessa é infundada. “Ele alegou que falta recurso, mas em maio deste ano deu dois auxílios saúde para duas categorias, de delegados e fiscais de renda".

Resultado - O presidente da Assembleia, deputado Estadual Gerson Claro (PP), atendeu aos agentes e comunicou que será feito a comissão para mediar as tratativas com o governo estadual. Ele acrescenta que ainda nesta quinta-feira deve se reunir com líderes do sindicatos e definir quem fará parte da comissão. A expectativa é de que o assunto seja retomado na próxima semana.

"Primeiro vamos ouvir a categoria para depois falar com governo. Esse ano houve avanços para a categoria, já foi votado reajuste de R$ 3,75 no início do ano e outros benefícios. O único pedido é que isso [o debate] seja feito dentro do âmbito democrático, que não prejudique a população".

Ele pediu para que os profissionais não instaurem uma greve, pedida por muitos servidores. Quando presidente comunicou que criaria a comissão, policiais civis gritaram palavras de ordem como: “polícia civil” “cumpra-se a lei”, "reajuste já" e "paralisação".

*Matéria atualizada às 10h40 para acréscimo de informações.

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