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Capital

Sem avisar, prefeito corta cartão e deixa 4 mil servidores sem convênios

Lidiane Kober | 11/11/2013 14:44
Prefeito suspendeu cartão sem avisar porque considera taxa de juros muito alta (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Prefeito suspendeu cartão sem avisar porque considera taxa de juros muito alta (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Sem avisar, o prefeito Alcides Bernal (PP) cortou o cartão Brasil Card e deixou aproximadamente 4 mil servidores municipais sem convênios para comprar desde remédio a alimentos. A medida desesperou alguns funcionários que dependem da parceria para colocar comida na mesa da família.

“A grande maioria destes quatro mil servidores usa o cartão para fazer a compra do mês”, afirmou o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), Marcos Tabosa. “Tudo bem, cortar o benefício, ele é o prefeito, recebeu 270 votos para administrar a Capital, mas não comunicar ninguém é muita falta de respeito para quem diz governar pensando em primeiro lugar nas pessoas”, avaliou.

Segundo Tabosa, o cartão Brasil Card não é de crédito e não cobra juros. “É um adiantamento salarial e exige uma taxa de R$ 4,30 ou R$ 4,50”, informou. O convênio possibilita realizar compras em mais de 700 lojas conveniadas. “Dá para comprar de tudo, comida, remédio, roupa, ir a restaurante, pizzaria, abastecer o veículo, enfim são inúmeras as opções”, detalhou.

Cada servidor, pode usar até 30% do salário por meio do cartão. Os gastos são descontados na próxima folha de pagamento e a parceria existe desde 2007. “Também é possível parcelar as compras”, destacou o presidente do Sisem.

O contrato, segundo ele, venceu este mês. “O pessoal da Brasil Card contou que mandou um ofício para o prefeito há mais de 40 dias, mas ele não deu satisfação”, contou. “Repito, tudo bem cortar se achar uma parceria melhor, mas que fizesse uma licitação, fechasse o contrato antes de deixar os servidores na mão”, comentou.

Uma professora, que pediu para não ser identificada, foi pega hoje de surpresa com o corte do benefício. “Fui abastecer meu carro e me informaram que o crédito era insuficiente, olhei na internet e o saldo era zero”, relatou. “Tenho esse cartão há cinco anos e isso nunca me aconteceu, todo dia 11 o crédito estava lá”, completou.

Sem sucesso – Na semana passada, “gente da prefeitura” contou a Tabosa o fim do benefício. “Pedi a intervenção dos vereadores Alex (PT), Luiza Ribeiro (PPS), Carlão (PSB), Cazuza (PP) e do pastor Gilmar da Cruz (PRB), mas ninguém me deu retorno”, contou. “Também procurei o secretário Ricardo Balock, só que ele estava viajando”, emendou.

Questionado sobre os motivos de não ir diretamente atrás do prefeito, ele explicou que o “Bernal quer ver o capeta, mas não o Tabosa”. “Depois ele reclama do sindicato”, comentou. Sobre o fato e os servidores evitarem revelar o nome, o presidente da entidade revelou medo de retaliações. “O prefeito persegue até a última gota de sangue” disse.

Na tentativa de reverter o quadro, Tabosa falou que o sindicato partirá para a pressão. “Amanhã (12), vamos à Câmara e atrás de uma reunião com o 'supersecretário' Pedro Chaves (PSC). Se ele realmente quer ajudar, que não deixe o prefeito fazer essa bobagem de deixar o servidor na mão”, finalizou.

A assessoria do prefeito foi procurada e prometeu responder por e-mail.

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