Sem drenagem, moradores da região da Guaicurus sofrem com enxurradas
Desde 2013, prefeitura planeja investimento de R$ 10 milhões na via
Sem drenagem adequada, a Avenida Guaicurus não é só trajeto ruim para quem conduz veículos, mas transtorno ainda maior para quem mora na região. Quem dirige, pode evitar a via em temporada de chuva, porém, quem por ali vive acaba sem escolha.
Mais de 48 horas depois do temporal ocorrido no último sábado e os moradores do Condomínio Guaicurus ainda tentavam amenizar os estragos. Mesmo com dez bocas de lobo dentro do condomínio, as 19 casas do residencial não foram poupadas de alagamento. O problema, segundo eles, está do portão para a fora.
A avenida conta com apenas dois canais de escoamento de água naquele trecho, sendo que um ou outro sempre está entupido. “O grande problema é que toda vez que chove, independente da força e da quantidade de água, alaga a pista. O ponto principal é a água que vem do bairro. Aqui tem várias ruas não asfaltadas e quando chove a enxurrada acaba levando terra, pedra e entulho para a boca de lobo”, explica a síndica de condomínio, Juliana Aquino, 32 anos.
Conforme a síndica, apenas na área comum, que teve toda estrutura arrancada pela chuva, o prejuízo foi de pelo menos R$ 2 mil. Duas casas foram totalmente alagadas e quatro carros foram atingidos pela enxurrada. Veja no vídeo a força a água:
Em 2013, a prefeitura chegou a apresentar projeto de obra de drenagem para avenida. O custo era de cerca R$ 10 milhões, porém, as obras não aconteceram.
O operador de logística, Marcos Felizardo, 43 anos, afirmou que os problemas são recorrentes devido à falta de drenagem adequada. Toda vez que chove a primeira coisa que ele faz é verificar a situação do único bueiro que tem em frente ao condomínio. A limpeza é feita pelos próprios moradores. “Toda vez que chove todo mundo fica em alerta. O ponto mais desesperador é quando a Guaicurus alaga”, relata.
O verão da empresária, Silvia Toledo, 56 anos, uma das moradoras mais antigas do bairro é marcado por longas faxinas. Tirar a lama trazida pela chuva exigem que ela retire todos os móveis de dentro da casa. “Estou aqui desde 2016 e pelo menos cinco vezes passei pela mesma situação”, relatou.
Grávida de sete meses, Walkiria Guerreiro viu o quarto preparado para chegada do bebê ficar destruído. Ela perdeu quase tudo. A cômoda, comprada há uma semana, ficou estufada. Berço, roupas e sapatos tiveram de ser jogados fora. “Foi tudo muito rápido. Sai por volta das 12h e quando conseguiram me avisar já falaram que nem precisava voltar porque não conseguiria nem passar com o carro por aqui”, relembrou.
A reportagem do Campo Grande News questionou a prefeitura no início da tarde desta segunda-feira a respeito de investimentos previstos para a região, mas não obteve retorno até o fechamento.
Veja na galeria como ficou uma das casas do condomínio depois da chuva:
Confira a galeria de imagens: