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Capital

Sem férias e sobrecarregados, servidores reclamam de rotina no HR

Em quadro já restrito de servidores, teve 258 baixos apenas por covid-19

Tainá Jara | 29/08/2020 18:43
Hospital Regional é referência no tratamento da covid-19 (Foto: Henrique Kawaminami/Divulgação)
Hospital Regional é referência no tratamento da covid-19 (Foto: Henrique Kawaminami/Divulgação)

Profissionais do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) trabalham sem férias e estão sobrecarregados durante a pandemia. Maior do Estado e referência no tratamento da covid-19, o hospital sofre há anos com deficit de profissionais de várias áreas, abriu vagas nesta pandemia, mas chegou a ter baixa de quase 13% do quadro de servidores apenas pelas contaminações pelo novo coronavírus.

Queixas em relação as condições oferecidas na unidade partem dos servidores. “Estamos acabados de tanto trabalhar. O hospital precisa de técnicos de enfermagem, técnicos de radiologia, enfermeiros. O que nos restou foi tapar buraco e trabalhar dobrado”, afirmou um profissional que preferiu não se identificar.

Segundo ele, a unidade precisaria contratar pelo menos 20 enfermeiros, 120 técnicos de enfermagem, 20 técnicos de radiologia e 20 técnicos de laboratório. O homem diz também que contaminação por covid-19 é rotina, além dele, outros seis colegas do mesmo setor estão de atestado médico em decorrência do novo coronavírus.

De acordo com o presidente do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores de Seguridade Social em Mato Grosso do Sul), Ricardo Bueno, o Regional possui cerca de 2 mil servidores, sendo que 1,8 mil estão na ativa. Deste total, 258, cerca de 13%, foram afastados por terem pego covid-19. A maioria, no entanto, já foi curada e voltou a atuar na unidade.

O estresse, segundo ele, também é outro fator que acaba tirando os profissionais da linha de frente. “Está complicado principalmente porque as férias estão sendo suspensas. Tinham suspendido agosto e setembro e, antes disto, maio, junho e julho. Já estão discutindo cancelar também as de outubro”, explicou.

Bueno explica que antes da pandemia, o governo não realizou concursos públicos com a intenção de terceirizar a gestão do hospital. “Tentaram contratar temporários, mas muitos pendem demissão diante das dificuldades encontradas”, afirmou.

Nesta semana, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, deve atender representantes do sindicato, justamente para discutir o assunto. Ele nega falta de profissionais e  diz que cerca de 400 servidores foram designados para o hospital nos últimos seis meses.

“Recebo com surpresa reclamações deste tipo. Isto, neste momento, é um desserviço ao combate da covid-19, no Estado”, afirmou.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje, mais de 48 mil casos foram confirmados no Estado, com 840 mortos.

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