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Capital

Sem isolamento, Saúde corre contra o tempo para ampliar leitos de UTI

Prefeitura quer contratar leitos da rede privada e Unimed inaugurou nova ala de UTI após final de semana “tenso”

Izabela Sanchez e Jones Mário | 07/07/2020 14:00
Exemplo de um leito de UTI com respirador no Hospital Regional (Foto: Henrique Kawaminami)
Exemplo de um leito de UTI com respirador no Hospital Regional (Foto: Henrique Kawaminami)

A covid-19 parece não dar trégua e só nesta terça-feira (7) já são 434 novos casos da doença em Mato Grosso do Sul. Sem isolamento social, as UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) de Campo Grande atiniram 72% de lotação, segundo o prefeito Marquinhos Trad (PSD). Após final de semana “tenso” em hospitais públicos e privados, a corrida da Saúde é para ampliar os leitos.

Até hospitais particulares que são considerados menores se viram em apuros durante o final de semana conforme apurou o Campo Grande News. Sem vagas, pacientes de covid chegavam e esperavam internação.

Nos hospitais particulares têm sido alta a demanda de pacientes do vizinho Mato Grosso, que já colapsou sem leitos e insumos suficientes. Ao todo, 9 pacientes do Mato Grosso precisaram de deslocamento para hospitais de Campo Grande e Dourados.

Ao todo 11 pessoas de outros Estados estão internadas em Mato Grosso do Sul, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde). No Proncor de Campo Grande, há sete pacientes internados, seis do Mato Grosso.

A Unimed inaugurou ala de UTI no Hospital de Campo Grande, dedicada exclusivamente aos pacientes da covid. O hospital, até então, dispunha de 10 leitos de UTI, todos ocupados. O Campo Grande News levantou que pacientes com quadros de covid menos graves também lotam outras alas e que no final de semana o sexto andar chegou a ter 25 pessoas com a doença.

O hospital não informou o número de novos leitos e disse que não comenta sobre pacientes de outros Estados, conforme nota enviada pela assessoria de imprensa.

Até a segunda-feira (6), o hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) de Campo Grande estava om 37 pacientes (25 em leitos de enfermaria e 12 em UTI).

Nota enviada pela assessoria de imprensa afirma que do total, 11 pacientes aguardavam resultado de exames laboratoriais, 19 eram pacientes confirmados e sete são negativos para o novo coronavírus, mas que permanecem em precaução. “Dos 19 pacientes confirmados, 13 permanecem em internação clínica (enfermaria) e seis estão na Unidade de Tratamento Intensivo”, disse o hospital.

A Cassems disse ter 20 leitos de UTI para atendimento aos casos de Covid-19, 5 leitos de UTI Pediátricos e 6 leitos de cuidados pediátricos para sintomáticos respiratórios. Disse, ainda, dispor de 16 leitos clínicos e 6 leitos de cuidados semi intensivos. Além disso, a rede também improvisou hospital de campanha em Campo Grande, com 26 leitos de observação.

SUS Escolhido como referência em Mato Grosso do Sul para os quadros de covid-19, o Hospital Regional Rosa Pedrossian também está abarrotado. Segundo o último boletim divulgado na segunda-feira (6), há 75 pessoas internadas com covid-19, 39 em leitos de UTI. Com relação aos 83 leitos exclusivos para pacientes que estão com quadros de saúde considerados “críticos”, a ocupação já é de 90,4%.

A Prefeitura também aumenta a aposta. Contratualizou 79 leitos clínicos e 37 leitos de UTI para atendimento exclusivo de pacientes com Covid-19 na rede privada, nos hospitais Clínica Campo Grande (20 leitos clínicos e 10 de UTI), El Kadri (33 leitos clínicos e 7 de UTI) e Proncor (26 leitos clínicos e 20 de UTI).

A diária para o leito clínico custa R$ 650 e para leito de UTI, R$ 2.750. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa disse que até agora os leitos não estão sendo utilizados.

"Neste momento os leitos ainda não estão sendo utilizados e só o serão assim que se esgotarem as possibilidades de absorção de pacientes e ampliação na rede pública. Atualmente, a taxa de ocupação global de UTI no município é de mais de 70%", disse.

A falta de isolamento tem sido alvo de críticas constantes por autoridades, que emitem notas "clamando" que a população seja consciente. Conforme levantamento do governo do Estado, na sexta-feira (3) Mato Grosso do Sul registrou o menor índice de isolamento social para o mês com índice de 35,9%. No sábado (4) a adesão foi de 39,5% e no domingo (5) subiu para 46,8%.

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