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Sem números precisos, Saúde promete começar a mapear zika vírus em MS

Estimativa oficial é de que 80% dos casos são subnotificados, ou seja, o número real de doentes seria muito maior

Natalia Yahn | 18/02/2016 12:36
Secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, anunciou que boletins com dados de dengue e zika vão ser separados. (Foto: Arquivo Campo Grande News)
Secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, anunciou que boletins com dados de dengue e zika vão ser separados. (Foto: Arquivo Campo Grande News)

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) começará a elaborar boletins epidemiológicos separados com dados sobre dengue e zika vírus. O secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Nelson Tavares, anunciou a medida e explicou que as informações de casos notificados e confirmados serão divulgadas separadamente a partir da próxima semana.

“Os casos de dengue caíram, mas não significa diminuição. Pois na realidade os casos de zika aumentaram. Vamos passar a diferenciar isso para controle nosso. Dengue, zika e chikungunya são doenças muito graves e temos que continuar a combater o mosquito (Aedes aegypti)”, afirmou Tavares, em entrevista à TV Morena, no começo da tarde desta quinta-feira (18).

O secretário informou também que os casos de zika são subnotificados no Estado, assim como em todo o País. “Muitas pessoas não procuram atendimento médico. Aproximadamente 80% dos casos não são notificados. Obviamente o número de pessoas com zika é muito maior”, explicou.

O titular da SES também explicou que o atraso na divulgação do último boletim, que saiu ontem (17), não prejudicou o trabalho de combate ao vetor. “É assim mesmo, são números consolidados, é assim que funciona. A infestação está diminuindo, mas temos que continuar trabalhando intensamente porque a situação é muito grave”, disse Tavares.

Dados - Após uma semana sem divulgar dados epidemiológicos do Estado, devido ao Carnaval, a SES divulgou o novo relatório ontem (17). Os dados apontam que o número de casos suspeitos dengue em Mato Grosso do Sul já totalizam 21.982.

O total é 80% maior em relação ao boletim anterior, que indicava 12.219 casos suspeitos. O número representa 9.763 novas notificações em relação ao levantamento anterior, divulgado no dia 3 de fevereiro.

Ainda segundo o boletim, entre os dias 7 e 13 de fevereiro, foram registradas 1.748 notificações, uma queda de sensível, de apenas 3%, se comparada às 1.804 notificações computadas entre os dias 24 e 30 de janeiro.
O município de Dois Irmãos do Buriti continua liderando o ranking de cidades com maior índice de incidência do Aedes aegypti, com 254 notificações, seguido de Deodápolis, com 282 casos suspeitos. Em terceiro lugar vem Alcinópolis, com 104 casos.

A Capital subiu do 17º para o 13º lugar, com 10.495 notificações. Já as confirmações de óbitos em decorrência de dengue continuam sendo as mesmas do último boletim.

Na Capital foram duas confirmações, uma criança de 8 anos, que morreu no dia 12 de janeiro na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida ao dar entrada com dengue clássica e depois sofrer uma parada cardíaca e a adolescente Karolina Ribeiro Soares Rodrigues, 16, que morreu um dia depois no Hospital Regional Rosa Pedrossian. A morte de Leika Pereira Campos, 33 anos – ontem (17), também no HR –, que pode ser a terceira provocada pela dengue em Mato Grosso do Sul somente este ano, é investigada pela SES.

Em todo o Estado foram registrados 17 óbitos no ano passado por causa da doença.

Chikungunya - Quanto a febre Chikungunya um novo boletim também foi divulgado nesta quarta-feira e também revela um aumento nas notificações, totalizando 20 casos notificados contra 17 do último boletim. Só em Aquidauana são 12 notificações, além de dois em Bodoquena, dois em Corumbá e Dourados, Miranda, Sidrolândia e Terenos com um caso cada. Ao todo, 14 casos aguardam confirmação.

Em 2015, foram 184 notificações, com oito confirmações. Ainda há 41 casos suspeitos de chikungunya referentes ao ano passado aguardando resultado.

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