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Capital

Sem ônibus e Uber nas alturas, taxistas registram aumento de 30% nas corridas

Sem pagamento, os motoristas de ônibus anunciaram greve nesta manhã e usuários foram pegos de surpresa

Gabrielle Tavares | 21/06/2022 15:12
Maior número de passageiros buscaram taxistas nesta terça-feira (21). (Foto: Kísie Ainoã)
Maior número de passageiros buscaram taxistas nesta terça-feira (21). (Foto: Kísie Ainoã)

As corridas de táxis aumentaram em 30% nesta terça-feira (21) devido a paralisação dos motoristas de ônibus em Campo Grande, como afirmou a empresa Coopertaxi. A greve foi deflagrada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo, mas não foi anunciada antecipadamente e pegou muitos passageiros de surpresa.

O resultado da falta de planejamento dos trabalhadores foi a alta procura pelos motoristas de aplicativo, cujas plataformas chegaram a triplicar o valor normalmente cobrado. Quem não tinha dinheiro para o Uber, nem a possibilidade de ir de ônibus, recorreu aos tradicionais táxis.

A taxista Leila Pereira, de 53 anos, foi pega de surpresa com a greve. Ela só soube quando a primeira passageira do dia, às 6h30, reclamou que não havia conseguido pegar ônibus.

“Nem estava sabendo que ia ter greve, senão teria começado antes, aí corri para conseguir fazer mais corridas e valeu a pena. Agora deu uma paradinha, mas estou esperando o movimento aumentar no fim da tarde”, apontou.

Outro taxista que foi pego desprevenido é Wilson Rodrigues Barbosa, de 64 anos. Ele costuma iniciar os trabalhos cedinho, mas logo hoje agendou uma corrida na primeira hora do dia e só foi para o ponto de táxi depois do horário de pico. Quando chegou, viu que o movimento foi grande logo cedo.

“Houve realmente um aumento. Agora estou esperando o final da tarde, porque se as pessoas conseguiram vir para o centro, vão ter que voltar né. Então deve ser grande o movimento também”, ressaltou.

Ele ainda lembra que o preço das corridas são regulamentadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), o que não permite que os valores aumentem de acordo com maior procura pelos motoristas.

“O que chamou atenção é a respeito da cobrança dos preços dos aplicativos, o táxi não se aproveita em uma situação dessa. Então se chamarem, não temos isso de aumentar preço, é o mesmo de todos os dias”, disse.

Uma corrida de apenas seis quilômetros da Vila Nasser até o Jardim dos Estados, que geralmente custava R$ 17, hoje estava custando R$ 42,50, por volta das 6h30.

Ponto de ônibus vazio na manhã de hoje, no centro da Capital. (Foto: Marcos Maluf)
Ponto de ônibus vazio na manhã de hoje, no centro da Capital. (Foto: Marcos Maluf)

Greve - A decisão de paralisar os serviços foi tomada depois que o Consórcio Guaicurus encaminhou um ofício aos trabalhadores anunciando que a situação financeira do grupo é “bastante grave” e não haveria condições de quitar compromissos “inadiáveis”, como pagamento de funcionários e fornecedores.

O repasse do vale referente a 40% do salários dos trabalhadores já não foi realizado nesta segunda-feira, segundo advogado do consórcio.

Contudo, a paralisação não deve durar muito tempo, já que desembargador federal do trabalho, André Luis Moraes de Oliveira, mandou o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) colocar fim à greve “surpresa” para que, imediatamente, 80% da frota de ônibus da Capital volte a circular.

Caso a decisão não seja cumprida, a entidade que representa motoristas e outros trabalhadores do sistema de transporte público será multado em R$ 200 mil por dia.

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