Com calote de 4,7 mi de Bernal, RDM fecha e dá aviso prévio a funcionários
Sem conseguir receber pelos serviços prestados à Prefeitura de Campo Grande, cujo montante superava R$ 4,7 milhões até o final abril, a RDM Recuperação de Crédito Ltda deu aviso prévio hoje para todos os seus 85 funcionários. A medida é concomitante com o anúncio estampado na porta da empresa, na Rua Dom Aquino, no centro de Campo Grande, de que o atendimento ao público está suspenso em razão de município não efetuar pagamento à empresa desde 1º de janeiro de 2013.
O calote do prefeito Alcides Bernal quebrou a RDM, que está sem receber nenhum centavo da prefeitura há cinco meses, apesar de a prefeitura ter mais de R$ 600 milhões em caixa. “A empresa acabou concentrando atividades em função do município”, explicou o advogado da RDM, José Vanderelei Bezerra Alves, ao ser indagado sobre o fechamento da empresa, de propriedade de Gerson Francisco de Araújo, que revoltado com a situação tem evitado falar com a imprensa sobre o fechamento da empresa.
Na empresa RDM até mesmo o atendimento por telefone está prejudicado. Um funcionário da empresa informou que o proprietário já “deu aviso prévio porque não tem dinheiro para pagar funcionário nem água, luz, telefone”. Questionado se os funcionários estavam com salários em atraso, ele respondeu negativamente. “Estava em dia até agora, apesar de a prefeitura não estar pagando pelos serviços”, informou.
O advogado José Vanderlei Bezerra Alves ingressou hoje com recurso de agravo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul contra decisão 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, que havia negado pedido de liminar no processo movido pela RDM para receber os valores dos serviços.
Os R$ 4,7 milhões cobrados pela RDM são referentes a 24 notas fiscais, do período que vai de 1º de dezembro de 2012 a 30 de abril deste ano.
A Prefeitura de Campo Grande alega que há valor pago de forma irregular em 2011, no valor de R$ 1,3 milhão. “Traduzindo: deixa-se de pagar uma dívida de mais de quatro milhões porque as autoridades coatoras entendem (unilateralmente) que a impetrante não fazia jus a receber 1.343.437,04 em 2011”, reclama a RDM na ação judicial.
A RDM presta serviço terceirizado ao município desde 2001, recebendo dívidas do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em atraso.