Golpista simula venda de imóvel para “lavar” furto de criptomoedas de idosos
Além de furto em 2021, ele e comparsas são investigados por lavagem de capitais
Um ano depois da prisão de dupla acusada de aplicar golpe de R$ 3,6 milhões em casal de idosos de Campo Grande que investia em moedas digitais, mais pessoas aparecem fazendo parte do esquema, conforme inquérito da Polícia Civil. Mas agora, além de furto, eles são investigados por lavagem de capitais ao tentarem mascarar golpe vendendo imóvel de R$ 1,6 milhão.
RESUMO
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Um esquema de furto de criptomoedas no valor de R$ 3,6 milhões, que vitimou um casal de idosos em Campo Grande (MS), ganhou novos desdobramentos. Além de Filippe Barreto Sims e Jair do Lago Ferreira Júnior, presos em 2023, as investigações da Polícia Civil apontam o envolvimento de Marco Aurélio Pereira de Sousa e Sainara Nunes da Silva, esposa de Jair. O grupo é acusado não só do furto, mas também de lavagem de dinheiro. Entre as operações suspeitas está a venda simulada de um imóvel de R$ 1,6 milhão, registrado em nome da empresa de Jair, com transferências subsequentes para sua esposa e outra empresa de sua propriedade. O caso começou quando o casal, que não conseguia operar a plataforma de investimentos, contratou Filippe para auxiliar nas transações com moedas digitais.
Além de Filippe Barreto Sims e Jair do Lago Ferreira Júnior, presos em março do ano passado pelo Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) nas cidades de Osasco (SP) e Curitiba (PR), agora também podem estar envolvidos no furto Marco Aurélio Pereira de Sousa e a esposa de Jair do Lago, Sainara Nunes da Silva.
Apesar de não ter tido o nome divulgado em 2024 durante a Operação Verbum Clavis (palavra-chave), Marco Aurélio é um dos réus, junto com Filippe e Jair, nos processos abertos por furto qualificado e crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores. Já Sainara ainda não responde a nenhum.
Conforme a apuração, em novembro de 2021, o casal de idosos, morador no bairro Tiradentes, identificou que todo seu investimento em criptomoedas, que na época, em reais, somava R$ 3,6 milhões. De acordo com o que foi relatado na época da operação, o casal contratou Filippe para ajudar em transações com a moeda digital, porque apesar de terem investido, não conseguiam manejar a plataforma.
Depois de registrado boletim de ocorrência, a polícia foi atrás da corretora responsável pelos investimentos e verificou quem havia acessado a conta e feito transferências como sendo Marco Aurélio. “Interessante mencionar que MARCO AURÉLIO fez 3 (três) transações diferentes para despistar o rastreamento do dinheiro”, cita o documento a que a reportagem teve acesso.
Seguindo o caminho das transferências, os policiais identificaram Filippe e Jair como também destinatários dos valores.
“Portanto, por um intrincado movimento de transferências e distribuição para diversas contas, os réus subtraíram o dinheiro das vítimas, movimentando as moedas virtuais e fracionando-as de modo a despistar o rastreio, num verdadeiro esquema de lavagem de dinheiro para branquear os valores furtados”, referenda a investigação.
Foi dessa forma ainda que foi possível verificar que Jair “lavou” o furto de criptomoedas através de transação de venda de imóvel com sua esposa, Sainara. A casa de R$ 1,6 milhão estava em nome da empresa Seven Tec Serviço de Tecnologia da Informação, que pertence a Jair. No mesmo dia da venda, transferência foi feita à Sainara e em seguida à empresa Lins Capital Eireli, também em nome de Jair.
“Portanto, merecem destaque dois fatores: o primeiro é que o imóvel estava matriculado em nome de uma empresa gerenciada por JAIR. Depois, o fato de que o valor fora depositado na conta de SAINARA. Por fim, no mesmo dia e no dia subsequente, houve a transferência de R$ 1.509.950,00 para "Lins Capital.”
Com esse detalhamento, o Ministério Público, através da 64ª Promotoria de Justiça, da promotora Cristiane Amaral Cavalcante, pediu que a Polícia Civil abrisse o inquérito para esclarecer cada um dos pontos.
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