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Capital

“Sepultamento improvisado” de pets pode render multa de R$ 10 mil na Capital

Enterrar animais é crime e destino ambientalmente correto, mas sem despedida, pode custar R$ 1,3 mil

Anahi Zurutuza | 11/05/2023 06:35
Cruz indicando de quem é o corpo enterrado em terreno no Autonomista: um cachorro de nome Gohan. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Cruz indicando de quem é o corpo enterrado em terreno no Autonomista: um cachorro de nome Gohan. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Dar destino ambientalmente correto ao corpo de um bichinho de estimação que morreu em casa ou durante tratamento veterinário chega a custar R$ 1,3 mil na Capital. O que muita gente não sabe é que mesmo pagando, o descarte regular não garante a despedida e se decidir por um “sepultamento improvisado”, o tutor pode ter de desembolsar muito mais, até R$ 10.066,14.

Para pode viver o luto da perda de um pet, tem dono que opta por abrir cova para o animal, no quintal ou num local bonito, debaixo de árvores, por exemplo. O problema é que enterrar ou descartar carcaças – seja em vias públicas, numa praça ou em terrenos baldios – configura crime ambiental e o cidadão que for flagrado cometendo-o pode ser multado.

De acordo com a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Código Municipal de Resíduos Sólidos – instituído pela Lei Complementar n. 209 – prevê multa que varia de R$ 477,16 a R$ 10.066,14 para este tipo de flagrante.

Cachorro carbonizado em terreno que virou lixão no Bairro Parque Novo Século, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Cachorro carbonizado em terreno que virou lixão no Bairro Parque Novo Século, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Serviço gratuito – Em Campo Grande, os donos de pets podem optar pelo serviço gratuito, oferecido pela Solurb, concessionária da coleta de lixo na cidade. Neste caso, os corpos dos bichos são coletados e encaminhados para incineração. “O tratamento térmico não é feito individualizado. A Solurb terceiriza essa atividade para a Atitude Ambiental e MS Ambiental”, explicou a empresa por meio de nota.

O tratamento é sanitário, ou seja, para evitar contaminação, diferente de uma cremação. Segundo Roberto Andrade, responsável pela Atitude Ambiental em Campo Grande, além dos animais, resíduos hospitalares, descartados por hospitais, clínicas (veterinárias, médicas, odontológicas) e laboratórios da Capital passam pelo mesmo processo. “Incinero, recolho as cinzas e levo para o aterro sanitário”.

Só na empresa, cerca de 10 toneladas de animais são incineradas por mês. “Não são só gatos e cachorros. A gente recebe capivaras que morrem atropeladas na rua, cavalos, bois”.

Para solicitar a coleta gratuita (de animais de pequeno porte), a Solurb atende pelo 0800-647-1005 ou (67) 99647-1005 (WhatsApp).

Cobrança – Clínicas veterinárias de Campo Grande também oferecem o serviço de recolhimento e destinação dos corpos de pets. Mas é preciso ficar atento, porque alguns estabelecimentos não informam que embora o tutor esteja pagando, os bichinhos não serão levados para o único crematório de animais existente na cidade. O destino acaba sendo o mesmo dado pela Solurb, as empresas que incineram o lixo hospitalar.

Fundadora da ONG Mia Cat, que há 6 anos trabalha com animais em situação de maus-tratos, abandonados e doentes pelas ruas da Capital, Maiara Morales, quando soube o destino que era dado aos gatos e cachorros que perdia após os resgates, não pensou duas vezes antes de procurar um crematório. “Antigamente, tínhamos o costume de enterrar. Hoje, sabemos que não é o correto, é crime ambiental. Poder ter a alternativa de cremação dos animais foi a melhor escolha. Cada animal vai identificado e as cinzas retornam em uma urna”.

Ela chegou a enviar pets para cremação em outra cidade, por não considerar dignos os destinos oferecidos antes da abertura do crematório na Capital. “Passamos como na vida humana pelas nossas perdas”.

Gatos resgatados pela Mia Cat são monitorados. (Foto: Reprodução)
Gatos resgatados pela Mia Cat são monitorados. (Foto: Reprodução)

Em pesquisa feita com uma dezena das clínicas veterinárias e pet shops da cidade, a reportagem encontrou tabela de preços bem variada. Há estabelecimentos que cobram valores fixos – entre R$ 80 e R$ 100 – para receber animais, que depois são enviados para incineração.

Na maioria, porém, a cobrança é por peso. Levando em consideração a taxa mais cara encontrada pelo Campo Grande News – R$ 30 por quilo –, a destinação de um cachorro de grande porte, por exemplo, pode custar R$ 1,3 mil, se considerarmos também os 45 kg que podem pesar os cães maiores. Alguns pets buscam os animais na casa do tutor, outros não.

Em crematório na Capital, tutor pode optar por velório para se despedir de pet. (Foto: PetPax/Divulgação)
Em crematório na Capital, tutor pode optar por velório para se despedir de pet. (Foto: PetPax/Divulgação)

Luto – No PetPax, os serviços saem a partir de R$ 410 e são oferecidos três tipos de cremação, individual, compartilhada e coletiva. O crematório oferece, porém, velório com direito a sala de despedida, arranjo de flores e homenagem. Urnas personalizadas com as cinzas do bichinho e chaveiro com o pelo do animal também são itens oferecidos à parte.

O crematório fica na Rua Mario Silveira Barbosa, número 107, Jardim Itamaracá, e atende nos números (67) 9 9953-1724 e (67) 9 9806-2022.

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