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Para tutor viver luto, crematório tem sala especial onde animal é velado

Por acreditar que cada um age de forma diferente à perda do pet, espaço criou ‘Sala da Despedida’

Jéssica Fernandes | 22/04/2023 07:25
Na 'Sala da Despedida' animal é velado dentro do cesto. (Foto: Arquivo pessoal)
Na 'Sala da Despedida' animal é velado dentro do cesto. (Foto: Arquivo pessoal)

Velório com direito a sala de despedida, arranjo de flores e homenagem. Para tornar a partida do animal de estimação um ‘fim digno', o primeiro crematório pet de Campo Grande realiza o serviço que é visto como etapa necessária para o tutor se despedir da forma como deseja e viver o chamado ‘ciclo do luto’.

Localizado no Bairro Jardim Itamaracá, o PetPax é dedicado para aqueles que veem os pets como integrantes da família. No começo do mês, o Lado B falou sobre o espaço que realiza a cremação particular e oferece a possibilidade das cinzas do animal serem transformadas em árvores.

Na sala de despedida existe uma mesa de mármore posicionada no centro do ambiente. Ali, o animal é colocado dentro do cesto decorado flores e coberto por um tecido transparente. No cômodo, a televisão acoplada à parede exibe vídeos e fotos da escolha do tutor. O velório dura cerca de 40 minutos e podem participar quantas pessoas da família quiserem.

Ambiente tem mesa de mármore onde o animal é velado antes ou depois da cremação. (Foto: Juliano Almeida)
Ambiente tem mesa de mármore onde o animal é velado antes ou depois da cremação. (Foto: Juliano Almeida)

Aproximadamente 115 cremações foram realizadas, sendo que 50% dos animais passaram pela a sala da despedida antes. Além de gatos e cachorros, arara, porquinho da Índia, calopsitas e coelhos já foram velados no ambiente.

Sócia-proprietária do espaço, Ana Carolina Gonçalves Pimentel explica que em alguns casos não é possível que o animal passe pela sala antes do processo de cremação.  “Vale ressaltar que tudo depende da condição do animal. Se ele veio a óbito hoje às 6h e você quiser fazer a sala de despedida às 16h a gente arruma, mas se passou quatro dias é muito difícil”, afirma. Além do período de óbito, animais que foram atropelados ou afogados também não podem ser velados.

Apesar da restrição, o lugar oferece a opção da cerimônia acontecer depois do animal ser cremado. No lugar do cesto, a urna com as cinzas é posicionada na sala de mármore. Ana fala que os funcionários são treinados para atender as pessoas que estão vivendo o luto.

Modelo de uma das urnas oferecidas pelo estabelecimento. (Foto: Juliano Almeida)
Modelo de uma das urnas oferecidas pelo estabelecimento. (Foto: Juliano Almeida)

 "Todo mundo que trabalha aqui primeiro tem gostar de animal e segundo controlar bem as emoções para passar segurança ao tutor. Todos tem treinamento de luto para saber como lidar, como conduzir e como falar", pontua.

Importância de viver o luto - Para quem acha estranho o conceito de velar animais, o gerente do espaço Lucas Amorim ressalta a importância desse serviço para os tutores. Com 12 anos de experiência como especialista em atendimento humanizado e luto, ele ressalta que o tutor tem direito de lidar com a morte do animal da forma que preferir.

“O luto do pet tem uma necessidade de ser vivido porque é um luto real. Nosso conceito da despedida parte da ideia de que é necessário viver esse momento porque é um luto que se enfrenta da mesma forma com o ser humano se não for maior. A proximidade afetiva é muito forte”, comenta.

Chaveiro com pelo do animal é um dos itens oferecidos à parte da cremação. (Foto: Arquivo pessoal)
Chaveiro com pelo do animal é um dos itens oferecidos à parte da cremação. (Foto: Arquivo pessoal)

Na visão dele, o velório e o luto do animal precisa ser visto sem preconceito e respeitado, pois cada um reage de uma forma diante do falecimento. “O processo é individual, cada pessoa vive de uma forma e tem algumas fases que ela passa, porém não existe uma ordem cronológica para essas fases. Cada pessoa vive como precisa e trazer para sociedade faz com que as pessoas entendam que é necessário por causa do respeito e porque é o encerramento de um ciclo”, relata.

O especialista em atendimento humanizado também defende que o encerramento do ciclo começa com a despedida. “Quando a pessoa não vive o luto ele vai se apresentar a qualquer hora. A despedida serve pra dar um ‘start’ no processo porque se você não faz, o momento não volta. Essa questão de viver o luto é importante e isso começa na despedida. Se ela não viver isso uma hora a conta chega e errado", ressalta.

O espaço atua com diferentes pacotes e serviços. São oferecidos três tipos de cremação e o preço varia conforme o peso do animal. Ana oferece mais detalhes sobre os serviços que saem a partir de R$ 490. "Temos três que é individual onde a pessoa recebe as cinzas, compartilhada onde são dois animais onde você recebe as cinzas e a coletiva onde você não recebe as cinzas", fala.

Com a proposta de tornar a cremação e a sala de despedida acessíveis a todos os públicos, a sócia-proprietária comenta que o lugar atua com planos anuais e que em maio será lançado o plano mensal. "Com esse plano quero que todo mundo possa usufruir a cremação. O preventivo anual paga uma fez por ano e depois o reajuste de acordo com o IGPM (Indicador Geral de Preços do Mercado). O outro é o PetPax Life que pensamos fazer igual a pax", afirma. O primeiro tem opções a partir de R$ 410 e o mensal será R$ 52.80.

Para mais informações, a PetPax fica localizada na Rua Mario Silveira Barbosa, número 107, Jardim Itamaracá. O horário de funcionamento do atendimento no local é das 8h às 18h de segunda a sexta, enquanto no sábado é das 8h às 12h.

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