Sequestrador se entregou quando o efeito das drogas começou a passar
As negociações para libertar Luciana Untada, mantida refém pelo próprio filho no bairro Vespasiano Martins, envolveu cerca de 40 policiais militares na manhã deste sábado. Entre eles estavam quatro agentes do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) treinados para esse tipo de caso. Eles conseguiram convencer Oedson Sampaio Júnior a se entregar ao perceber que o efeito das drogas que ele havia consumido estava passando.
Essa decisão foi tomada em um momento em que as tratativas com o seqüestrador não estavam avançando e a equipe já se preparava para invadir o imóvel, caso fosse necessário, segundo o tenente-coronel Vagner da Silva, um dos responsáveis pelo sucesso da operação.
Porém, como eles sabiam que a atitude extrema colocaria em risco a vida da vítima, conseguiram segurar a situação. Aos poucos, os agentes conquistaram a confiança de Oedson e mantiveram-no sob controle até que ele decidisse soltar a mãe.
O tenente-coronel explica que os imóveis vizinhos ao local do sequestro foram esvaziados como medida de segurança, já que há a possibilidade de o suspeito, em uma atitude desesperada, tentar escapar pulando os muros.
As pessoas foram orientadas a não saírem de casa e a fazerem o menor barulho possível para não distrair os militares ou irritar Oedson.
Briga de família – Silva conta que o suspeito tem uma filha de 1 ano que vive com a mãe em outra parte do bairro. Ele pediu que o pai buscasse o bebê e levasse até a casa da irmã, que mora com o marido e os três filhos pequenos.
Porém, Luciana percebeu que o filho estava drogado e ligou para o marido para que ele não trouxesse a menina, fazendo o suspeito se irritar.
A polícia foi chamada a princípio para resolver o desentendimento. O cabo Alexandre Luiz Ramão foi o primeiro a chegar. Ele percebeu que Oedson estava bastante alterado e segurava duas facas.
Ele pediu que os moradores saíssem do imóvel, mas Luciana se recusou a obedecer a ordem. Oedson aproveitou a hesitação, segurou-a e fechou o portão, dando início ao sequestro.
O BOPE e o BPChoque chegaram uma hora após o início da situação. A vizinhança foi pega de surpresa e ficou bastante assustada, pois de uma hora para outra, a rua foi tomada por viaturas e ninguém podia sair ou voltar para casa.
Luciana foi atendida pelo Corpo de Bombeiros ao ser libertada mesmo sem estar passando mal, pois sofre de problemas cardíacos.
Conforme a polícia, Oedson tem mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas e roubo. Ao se entregar, foi colocado em uma viatura adesivada para não ser fotografado pela imprensa. Ele foi preso e levado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga.
Oedson conversou com o Campo Grande News. Ele negou estar sob efeito de drogas, mas afirmou que estava embriagado. Afirmou que a mãe “enchia o saco” dele o tempo todo e confirmou a história de que ficou irritado ao ser proibido de ver a filha.