Sindicato ocupa corredores de instituição e tenta ampliar adesão à greve na UFMS
Servidores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que participam de greve, ocupou os corredores da instituição na manhã desta terça-feira (23) na tentativa de ampliar a adesão de funcionários à paralisação. Professores estão em greve há uma semana e, técnicos, desde 28 de maio.
Cantando palavras de ordem, a ação aconteceu no bloco de Zootecnia e Medicina Veterinária da universidade após assembleia promovida pelo Sista-MS (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino do Estado), que reuniu cerca de 300 servidores, segundo o sindicato.
Reivindicações - Basicamente, professores e funcionários técnico-administrativos da instituição querem planos de carreira mais bem estruturados, aumento dos salários, contratação de mais servidores por meio de concurso e melhoria nas condições de estrutura da universidade e do HU (Hospital Universitário). A paralisação dos docentes e funcionários técnico-administrativos não se restringe ao Estado e já atinge 44 das 63 universidades federais do país.
Ação - Hoje, representantes do Sista-MS entraram nos corredores fazendo bastante barulho para chamar a atenção de outros professores a favor da paralisação. "Na minha turma estávamos apresentando um trabalho quando entraram fazendo barulho, cantando e gritando. Terminamos nossa apresentação debaixo de música e gritaria do sindicato", afirma a estudante do 4º ano de Zootecnia, Sílvia Rech, de 22 anos.
Para ela, a greve pode prejudicar alunos que estão para concluir a graduação. "Eu me formo no ano que vem e essa greve vai prejudicar minha turma e podemos não formar no período certo. A greve é uma falta de respeito com os alunos, principalmente faltando uma semana para acabar o semestre", desabafa.
Desde que ela entrou no curso, essa é a segunda greve que acompanha. A outra paralisação aconteceu em 2012 e durou 3 meses.
Técnicos - De acordo com Márcio Saravi de Lima, coordenador geral do Sista-MS, a administração do HU quer atribuir à greve problemas antigos do hospital. "Desde a semana passada 50 leitos do HU foram fechados em vários setores e foram suspensas todas as cirurgias eletivas que estavam marcadas. Mas a situação não está assim por causa da greve, até porque 30% dos funcionários estão mantidos", explica.
"O hospital está querendo dizer que é por causa da greve, mas, na verdade, faltam funcionários. Precisamos que seja aberto novo concurso para contratações. Faltam funcionários há muito tempo", compartilha.
Além disso, o sindicalista chama a atenção para o corte de horas extras. "Faltam funcionários também porque foram cortados pagamentos de APH (adicional de plantão hospitalar). Para suprir a falta de trabalhadores, os servidores faziam essas horas extras, mas essa opção foi cortada", explica Lima.
Mais ações - Nivalci Barbosa de Oliveira, representante dos técnicos-administrativos, que também estão em greve, explica que a assembleia desta manhã definiu que ainda serão promovidas outras ações de mobilização. Foi definida o envio de uma caravana de Campo Grande, no dia 6 de julho, para Brasília. O grupo permanecerá na Capital federal até o dia 8 do próximo mês.
Segundo ele, representantes de todos os segmentos de servidores públicos federais de Mato Grosso do Sul vão participar. Além disso, nesta quinta-feira (25), uma passeata vai acontecer a partir das 8h, na praça do Rádio Clube, Centro da Capital.
"Vamos sair da praça e iremos até o Bar do Zé, na Rua Barão do Rio Branco. Essa passeata vai reunir servidores públicos federais de todo o Estado e essa será uma resposta ao convite do Sindsep-MS (Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais de MS).