Solidariedade esbarra em burocracia e menina de 6 anos padece sem remédio
O drama da menina Ana Eloíza, 6 anos, que está há três meses sem o medicamento Proglycem, essencial na sua vida desde bebê, despertou solidariedade em muitos leitores do Campo Grande News, mas o desejo de ajudar esbarra na burocracia.
Amiga da mãe da criança, a decoradora Cristiane Araújo, 34 anos, conta que foi preciso recusar proposta de auxílio financeiro para a compra do medicamento importado. “É impossível comprar o remédio, somente órgão público, prefeitura e Estado têm o contato. Não tem como a gente comprar fora”, relata.
Um leitor, que entrou em contato com a redação, chegou a encontrar o medicamento em outro Estado, mas o desejo de ajudar também foi frustrado.
Conforme Cristiane, enquanto o remédio não chega, o quadro da menina piora. “Ela não está bem, muito inchada e passando mal”, diz.
A situação da criança foi mostrada pela reportagem na última segunda-feira, dia 8. Segundo Célia Eduar Alcântara, 40 anos, mãe da menina, Ana tem um problema no pâncreas e o medicamento controla o inchaço.
Em 2010, a Justiça Federal determinou fornecimento do remédio. À época, o custo do tratamento era R$ 12 mil. No processo, o governo do Estado informa que forneceu medicamento suficiente até 4 de maio de 2015. A partir de junho, a responsabilidade seria da prefeitura de Campo Grande.
De acordo com o chefe da Defensoria Pública da União, Gerson Paquer de Souza, desde dezembro de 2014 já foram seis pedidos para o juiz alertando quanto a descumprimento. Os documentos são enviados quando o fornecimento é interrompido ou não vem em quantidade suficiente. Agora, um sétimo pedido será apresentado.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da SES (Secretaria Estadual de Saúde), mas não obteve resposta.