Solurb pede pelo menos 15% de valores devidos para retomar coleta
A Solurb pede que a prefeitura pague pelo menos 15% dos R$ 34,6 milhões em repasses mensais atrasados para dar fim à greve de seus funcionários. Em nota encaminhada nesta quarta-feira (16), a empresa diz ter gastado o capital de giro em serviços fora do contrato que ainda não foram ressarcidos pelo município. Ao todo, a companhia diz ter direito a pelo menos R$ 49 milhões.
Essa foi a contraproposta apresentada na reunião realizada no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) no começo da semana.
No comunicado, a concessionária questiona como o município quer que uma empresa com faturamento mensal de R$ 7,5 milhões que tem R$ 4,85 milhões em despesas (incluindo os salários dos trabalhadores) “consiga manter suas operações e, ainda, realizar todos os investimentos contratualmente previstos (cerca de R$ 170 milhões, que serão doados ao município)”.
A Solurb também critica a qualidade do mutirão para coletar o lixo que está espalhado pela cidade, que segundo a empresa está sendo realizada de forma “improvisada e ineficaz”, coletando apenas 10% dos resíduos, agredindo o meio ambiente e desrespeitando a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Também é motivo de questionamento a declaração do prefeito Alcides Bernal (PP) sobre todos os valores recebidos pela empresa no decorrer do contrato e neste ano. “Não é estranho a ninguém, que uma empresa prestadora de serviços já tenha recebido os valores referentes aos serviços prestados em meses e anos anteriores, para em especial, poder honrar todos os compromissos assumidos com fornecedores e funcionários, sejam eles oriundos dos custos e despesas operacionais, diário e mensal”, diz a nota.
A concessionária volta a afirmar que não assinou contrato com um gestor específico, mas com o poder público municipal e qualquer prefeito deve dar continuidade às ações assumidas anteriormente.
Reitera também que chegou a notificar o ex-prefeito Gilmar Olarte (PP) sobre os atrasos ocorridos no começo do ano, já que os repasses, segundo a empresa, estavam sendo feitos de forma atrasada.
Com relação ao prazo de 90 dias para suspensão dos serviços estabelecido no contrato, que está sendo usado como argumento do município para questionar a paralisação, a Solurb o compara às faturas de serviços como água e luz encaminhados à população, que em caso de inadimplência os tem suspensos.
“Esclarecemos que a Solurb em momento algum teve a intenção de suspender o serviços e nem, tampouco, pretende mantê-los suspensos. A greve e a suspensão se deram, conforme já afirmado, unicamente em função da impossibilidade financeira da empresa em manter as suas operações, face a todos os motivos já citados neste manifesto”, diz a companhia.